segunda-feira, 1 de junho de 2015

História da Fotografia no Brasil - Século XXI - De 2001 a 2005

2001: Tiago Sobreira de Santana nasceu no Crato, Ceará, em 1966. Estudou Engenharia Mecânica na Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, mas não conclui o curso. Em 1986, participa da oficina ministrada por Stefania Bril na 5ª Semana Nacional de Fotografia de Curitiba e, no ano seguinte, da oficina oferecida por Claudio Feijó na 6ª Semana Nacional de Fotografia, em Ouro Preto, Minas Gerais. Atua como profissional desde 1989 nas áreas de fotojornalismo e documentação. 

Em Fortaleza, coordena a 1ª e a 2ª Semana de Fotografia do Ceará, em 1989 e 1990, e, em 1993, participa da criação do grupo Dependentes da LuzEm seguida, funda com Celso Oliveira; a editora e fotoarquivo Tempo d'ImagemSeu trabalho documental se concentra nas tradições culturais e nas festas populares do Nordeste, dedicado sobretudo ao registro da peregrinação de fiéis a Juazeiro do Norte, Ceará. 
Romaria de Juazeiro do Norte, Juazeiro do Norte, Ceará, 1993. 

Em 1994, é contemplado com a Bolsa Vitae de Artes, para a conclusão do ensaio Benditos, que dá origem ao livro homônimo, lançado em 2001, e à sua primeira mostra individual, realizada no Sesc Pompéia, em São Paulo. Em 1995, recebe o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da Fundação Nacional de Arte - FUNARTE. 
Romaria de Juazeiro do Norte, Juazeiro do Norte, Ceará, 1992. 

No fim da década de 1990, com Celso Oliveira, Antonio Augusto Fontes, Ed Viggiani e Elza Lima, desenvolve o projeto Brasil sem Fronteiras, documentação das cidades fronteiriças do oeste do país. 
Romaria de Juazeiro do Norte, Juazeiro do Norte, Ceará, 1992. 

2002: O Jornal da Tarde faz a cobertura do GP Brasil de Fórmula 1 usando apenas fotos de agências internacionais e desprestigiando seus próprios fotógrafos.

2003: O fotógrafo Araquém Alcântara lança as obras Paisagem Brasileira e Pantanal.
Araquém Alcântara Pereira nasceu em Florianópolis, Santa Catarina em 1951. Fotógrafo, jornalista e professor. Em 1970, ingressa na Faculdade de Jornalismo da Universidade de Santos. Durante a graduação, trabalha como repórter dos jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde, e inicia-se na fotografia. 

Em 1979, realiza sua primeira matéria de cunho ambientalista, a documentação do Parque da Juréia, em Iguape, São Paulo. A partir daí, faz expedições fotográficas à Mata Atlântica. Entre 1972 e 1982, trabalha também nos jornais Cidade de SantosO GloboTribuna de Santos e na revista Isto É, além de desenvolver projetos pessoais engajados em questões ecológicas e sociais. 
Biguatinga, 1992.

Na década de 1980, participa de protestos contra a instalação de usinas nucleares na praia de Grajaúna, São Paulo. A partir de 1985, torna-se free-lancer e colabora em periódicos nacionais e internacionais. De 1988 a 1998, dedica-se à documentação da fauna e da flora dos 36 parques ecológicos brasileiros. Esse trabalho dá origem ao livro Terra Brasil, de 1998. 

Entre prêmios recebidos, destacam-se a Presença das Crianças nas Américas, concedido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF, em 1979; o Grande Prêmio da 1ª Bienal de Fotografia Ecológica, realizada em Porto Alegre, em 1982; e de melhor exposição em 1993, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte - APCA. É autor de 17 livros de fotografia, sendo a maioria sobre os ecossistemas nacionais.
Arara Azul, Pantanal, 1995.

Livros: Árvores mineiras (1987); Juréia, a luta pela vida (1988); Mar de Dentro e Brasil: Herança ambiental (1990); Estações Ecológicas do Brasil (1992); Santa Catarina (1993); Projeto Dique e Ecologia no Brasil: Mitos e realidade (1995); Brasil Iluminado (2000); Paisagem brasileira (2003); Pantanal (2003); Brasileiros (2004).
Amanhecer , Parque Nacional Grande Sertão Veredas Minas Gerais, 1995.


2004: Lançado o documentário Estamira, dirigido por Marcos Prado. Estamira Gomes de Sousa vivia e trabalhava no Aterro Sanitário do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Estamira, que sofria de diabetes, morreu aos 70 anos por consequência de uma septicemia, ela foi internada no dia 26 de setembro por causa de uma infecção no braço, após dois dias no aguardo de atendimento no corredor do hospital, o quadro avançou para uma infecção generalizada, o qual ela não resistiu, ela faleceu no Hospital Miguel Couto, no Rio de Janeiro em 28 de setembro de 2011. 

Carioca, nascido em 1961, é fotógrafo, produtor e diretor. Produziu os documentários Os carvoeiros (1999), inspirado em seu livro homônimo e dirigido por Nigel Noble, e Ônibus 174 (2002), de José Padilha e Felipe Lacerda. Dirigiu programas de televisão para a Globosat, para a National Geographic Television e para a NBC. 
Imagem do livro Jardim Gramacho.

Teve trabalhos de fotografia publicados em vários jornais e revista do país, entre os quais Veja, Trip, Folha de São Paulo e O Globo. Sua estreia na direção de cinema foi com o longa Estamira  (2004), escolhido melhor documentário no Festival do Rio, na Mostra de São Paulo, no Festival Internacional de Karlovy Vary e no Festival Internacional de Documentários de Marselha, além de prêmios em Belém, Miami e Nuremberg. 
Imagem do livro Jardim Gramacho.

Em 1997 fundou, com o cineasta José Padilha, a Zazen Produções, e juntos passaram a realizar seus próprios projetos:Tropa de elite  (2007), Tropa de elite 2: o inimigo agora é outro (2010). Seu último projeto é o longa Paraísos artificiais (2012). Como fotógrafo, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais, entre eles o World Press Photo 19 92 e o Focus on Your World 92, do PNUMA. 
Imagem do livro Jardim Gramacho.

Escolhido, em 2002, como Hasselblad Master, Marcos Prado possui fotos nos acervos permanentes do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), e do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). Realizou exposições individuais no Brasil e no mundo. 
Imagem do livro Jardim Gramacho.

O livro Jardim Gramacho, resultado de um ensaio fotográfico de onze anos no lixão de Duque de Caxias. Premiado, em 1996, com o IX Prêmio Marc Ferrez de Fotografia, teve seu lançamento em março de 2005, acompanhado por exposição na Casa França-Brasil.
Imagem do livro Jardim Gramacho.

2005: O Grupo Estado  cria o Fotorrepórter em outubro, em que qualquer cidadão pode enviar fotos para os veículos do grupo, que incluem o Estadão  e o Jornal da Tarde, para serem publicadas ou oferecidas a outros jornais. Nasce o fotojornalismo cidadão no Brasil.

Dica de Filme:

Sinopse: Trabalhando há cerca de duas décadas em um aterro sanitário, situado em Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro, Estamira Gomes de Sousa é uma mulher de 63 anos, que sofre de distúrbios mentais. O local recebe mais de oito mil toneladas de lixo da cidade do Rio de Janeiro, diariamente, e é também sua moradia. Com seu discurso filosófico e poético, em meio a frases, muitas vezes, sem sentido, Estamira analisa questões de interesse global fala também com uma lucidez impressionante e permite que o espectador possa repensar a loucura de cada um, inclusive a dela, moradora e sobrevivente de um lixão.
Direção: Marcos Prado, 2004.

Referências:

OLIVEIRA, Erivam Morais de; VICENTINI, Ari. Fotojornalismo: uma viagem entre o analógico e o digital. São Paulo: Cengage Learning, 2009.

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