1868: O alemão Augusto
Riedel (1836 - 1877), acompanhando a comitiva do
Duque de Saxe às
províncias de Minas Gerais, Bahia e Alagoas, realiza diversas fotografias destas regiões
e edita um álbum. Foi sua mais importante obra, Viagem de S.S.A.A. Reaes Duque de Saxe e Seu Augusto irmão Luiz Philippe ao
interior do Brazil.
Retrato de Augusto
Riedel por Guglielmo de Sanctis. 1878. Óleo sobre
tela.
D. Pedro II,
Imperador do Brasil, 1876, cartão-cabinet.
Bom Jesus da Lapa,
1868-1869.
Riedel teve
diversas obras suas postas, pelo Barão de Rio Branco no Album de Vues du Brésil, integrante do livro Le Brésil. Possuiu, entre 1865 e 1866 um estúdio
fotográfico em São Paulo, e entre 1875 e 1877 um estúdio fotográfico no Rio de Janeiro.
Vila de Bom Jesus
da Boa Morte: Capim Grosso, 1868-1869.
Cemitério Inglês
da Bahia, 1868-1869.
Barco a Vapor São
Salvador, Rio São Francisco, 1868-1869.
1870: Instala-se no Rio de Janeiro a próspera “Photographia Alemã de Alberto Henschel”, com sucursais na Bahia, Recife e,
posteriormente, em São Paulo. Alberto Henschel (Berlim, 13 de Junho de 1827 — Rio de
Janeiro, 30 de Junho de 1882) foi um fotógrafo teuto-brasileiro, considerado o
mais diligente empresário da fotografia no Brasil do século
XIX, com escritórios em Pernambuco, Bahia, Rio de
Janeiro e São Paulo.
Os fotógrafos Alberto Henschel (direita) e Constantino Barza, Brasil, ca. 1870.
FUNDAJ.
Henschel ficou
conhecido por produzir belas imagens do Rio de Janeiro como fotógrafo paisagista e por ser um excelente retratista, o que lhe
rendeu o título de Photographo da Casa
Imperial, habilitando-o a retratar o cotidiano da
monarquia brasileira durante o Segundo Reinado,
inclusive fotografando o imperador Dom Pedro II e sua
família. Esse título valorizaria muito suas fotos,
inclusive no preço.
Vendedora
de frutas no Rio de Janeiro (1869), em foto de Alberto Henschel.
Fotografia de Dom
Pedro II. Rio de Janeiro (1875).
Henschel fez
registro fotográfico de todos os extratos sociais do Brasil oitocentista: retratos, geralmente no padrão carte-de-visite, foram tirados da nobreza,
dos ricos comerciantes, da classe média e dos negros, tanto livres como
escravos, em um período ainda anterior à Lei Áurea.
Foto de negra
tirada em Pernambuco (1870).
Retratos de uma
negra e um negro, 1870.
1870: Marc Ferrez (abaixo) nasceu no Rio de Janeiro em 1843 e faleceu em
1923. Fotografou a construção de um Arco do Triunfo
e os festejos públicos no Templo da Vitória, monumentos erguidos no Campo da
Aclamação (atual Campo do Santana), no Rio de Janeiro, para comemorar o término
da Guerra do Paraguai. Ferrez registra as festas comemorativas da volta da
família real de longa viagem ao exterior e por encomenda da comissão
organizadora da Terceira Exposição Nacional.
Marc Ferrez aos 33 anos de idade, Rio de Janeiro, 1876 circa.
Retrato de D. Pedro II.
Em 1865, inaugura a Casa Marc Ferrez & Cia., e exerce a profissão de fotógrafo, foi o
único brasileiro agraciado com o título de "Photografo da Marinha Imperial". Ferrez passa a trabalhar como fotógrafo da Comissão Geológica do Império do Brasil, chefiada pelo cientista norte-americano
Charles Frederick Hartt. Nessa função percorre os atuais Estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e
parte da região amazônica.
Quitandeiras, Rio de Janeiro, 1875 circa.
Estrada de ferro Rio-Minas, Viaduto, 1895 circa.
Santa Casa de Misericórdia, Rua de Santa Luzia, Centro, Rio de Janeiro, 1895 circa.
Em 1876, Ferrez faz parte de uma expedição pelo Nordeste do Brasil e fotografa pela
primeira vez os índios da tribo Botocudos na Bahia, registros que foram vistos em
diversas exposições no Brasil, na França e nos Estados Unidos. Neste ano, projeta
por meio da luz Drummond sobre pano branco vistas de Pernambuco relativas à expedição do cientista americano
C. F. Hartt.
1876: O italiano Angelo Agostini nasceu em Vercelli em 1843 e faleceu no Rio de Janeiro em 1910. Caricaturista, ilustrador, desenhista,
crítico, pintor, gravador. Reside em São Paulo a partir de 1860 e quatro
anos depois funda com Luís Gonzaga Pinto da Gama e Sizenando
Barreto Nabuco de Araújo, o semanário liberal Diabo Coxo. Agostini lança a Revista Illustrada e,
como editor, publica, em 1879, a série de caricaturas Salão Fluminese-Escola Brazileira, em que satiriza as obras
enviadas para os salões de belas-artes. Era a mais influente publicação da época,
tendo inclusive funcionado como estímulo a uma alfabetização visual.
A Revista
Illustrada foi
um marco na imprensa nacional. Não aceitava patrocínios e vivia da venda de sua
tiragem. Nela, Agostini publicou sua célebre série de caricaturas do imperador Dom Pedro II. Segundo Joaquim Nabuco, a "Revista Ilustrada era a Bíblia Abolicionista do povo que não sabia
ler". Durante a campanha abolicionista, Agostini publica
na revista a série de caricaturas Cenas
da Escravidão, fazendo referência aos
passos da paixão, apresenta, em 14 ilustrações, diversas formas de tortura
a que eram submetidos os negros cativos. Em 1895, retorna ao Rio de Janeiro e funda a
revista Dom Quixote. Trabalha na revista O Malho, em 1904, e integra a equipe fundadora da
revista infantil O Tico-Tico, em 1905.
1880: Marc
Ferrez
manda construir em Paris um grande aparelho panorâmico pelo francês M. Brandon, que permitia imagens de um
metro e dez centímetros de extensão. Imagens de chapas gelatinosas de 40 cm X
120 cm de paisagens brasileiras. O trabalho é chamado de Paisagens do Brasil, presenteado à Societé Française de Photographie. E realiza, pela primeira vez no Brasil,
fotos utilizando flash de magnésio na Mina da Passagem, em Minas Gerais.
Em 1881, Ferrez publica o folheto Exposições de paisagens photographicas
productos do
artista brasileiro Marc Ferrez Photographo da Marinha Imperial e da Comissão Geológica.
Prêmio Marc Ferrez de Fotografia. Fonte: http://www.funarte.gov.br/edital/xiv-premio-funarte-marc-ferrez-de-fotografia/
1888: Antônio Luís Ferreira, um desconhecido fotógrafo, registra para a
posteridade as manifestações populares pelo fim da escravatura no dia 13 de maio.
Aprovação da Lei
Áurea na Câmara - 10/05/1888 - A. Luiz Ferreira.
Multidão à frente
do Paço - 13/05/1888 - A. Luiz Ferreira.
1889: O Album de vues du Brésil, organizado pelo Barão do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos Junior) em
decorrência da Exposição Universal de Paris, como anexo ao livro Lé Brésil, reúne grandes nomes da fotografia no Brasil,
como Ferrez, Pacheco, Lindermann e Ducasble. O álbum foi a última peça publicitário do império com
imagens “civilizadas”. Fazia oposição ao Brésil Pittoresque, de Vitor Frond, que pelas imagens representa um “Brasil atrasado” segundo análise do império. Este novo álbum buscava mostrar uma ideia de civilização
e progresso do país. Tem 94 imagens de cidades,
monumentos, paisagens, colônias estrangeiras, 14 fotos de Pernambuco.
“O Album de vues du Brésil,
conjunto iconográfico que pode ser considerado como a última peça publicitária
acerca do Brasil elaborada pelo governo imperial, isto já no apagar das luzes
da Monarquia. [...] trata-se de um documento revelador: um conjunto
articulado, uma montagem editada/construída ideologicamente em conformidade com
os pressupostos civilizatórios do Império e cuja análise pode proporcionar
algumas luzes para que se detecte o processo de construção de realidades sobre o Brasil tal como foi elaborado pelo
Barão naqueles momentos que antecedem a queda do regime monárquico”.
Boris Kossoy (1999, p. 89, 90 e 91).
1891: Fundação do Jornal do Brasil, por Rodolfo Dantas, conhecido como JB,
passou, nos anos 1950 e 1960, por um longo processo de modernização. O artista plástico Amílcar de Castro deu
destaque à fotografia. Foi impresso até setembro de 2010, quando
se tornou exclusivamente digital.
1900: A Revista
da Semana é a primeira publicação
nacional a estampar fotos em suas páginas e responsável pelo imaginário visual
brasileiro. Esta capa traz a reportagem sobre as
comemorações do IV Centenário do Descobrimento do Brasil.
Sinopse: Em 1893, Antônio Conselheiro (José Wilker) e seus seguidores começam a tornar um simples movimento em algo grande demais para a República, que acabara de ser proclamada e decidira por enviar vários destacamentos militares para destruí-los. Os seguidores de Antônio Conselheiro apenas defendiam seus lares, mas a nova ordem não podia aceitar que humildes moradores do sertão da Bahia desafiassem a República. Assim, em 1897, esforços são reunidos para destruir os sertanejos. Estes fatos são vistos pela ótica de uma família com opiniões conflitantes sobre Conselheiro.
Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-118416/
Direção: Sergio Rezende, 1997.
Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-118416/
Direção: Sergio Rezende, 1997.
Referências:
BUITONI, Dulcilia Schroeder. Fotografia e jornalismo: a
informação pela imagem. São Paulo: Saraiva, 2011. (Coleção Introdução ao
Jornalismo; v. 6).
OLIVEIRA, Erivam Morais de; VICENTINI, Ari. Fotojornalismo: uma viagem entre o analógico e o digital. São
Paulo: Cengage Learning,
2009.
SENAC. DN. Fotógrafo: o olhar, a técnica e o
trabalho. Rose Zuanetti; Elizabeth Real, Nelson Martins et al.
Rose Zuanetti;
Elizabeth Real, Nelson Martins et al. Rio de Janeiro: Ed. Senac
nacional, 2004.
TURAZZI, Maria Inez; FUNARTE. Poses e trejeitos: a fotografia e as exposições na era do
espetáculo (1839/1889). Rio de Janeiro: FUNARTE: Rocco, 1995.
Nenhum comentário:
Postar um comentário