1901: O comerciante Castro Moura lança o primeiro
cartão-postal no Brasil. Dia 28 de abril é o Dia Nacional do Cartão Postal.
1903: Já reconhecido como fotógrafo de paisagens,
retratos, de obras públicas, Marc Ferrez realiza a partir de 1903 a
documentação completa das obras de construção da Avenida Central (atual Avenida
Rio Branco), no Rio de Janeiro. Esse trabalho é publicado por volta de 1907 no
álbum Avenida Central: 8 de Março de 1903 - 15 de
Novembro de 1906.
1904: O
fotógrafo Valério Otaviano Rodrigues Vieira nasceu em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro
em 1862 e faleceu em São Paulo, em 1941. Fotógrafo, compositor e
instrumentista. Em
1899, abre a Photographia Valério, que, além
de retratos convencionais, oferece imagens coloridas com aquarela e
pastel, ou ampliadas em materiais como espelho, porcelana e marfim. Vieira é premiado com a medalha de prata na Feira Internacional de Saint Louis (Estados Unidos), com a primeira fotomontagem brasileira, o
autorretrato: Os Trinta Valérios. A
imagem mostra um sarau em que os músicos, a plateia, o garçom, os quadros
na parede e o busto sobre um móvel têm o rosto do artista. Em 1922, traz
outro prêmio importante para a fotografia brasileira. Ele recebe, na mesma
feira americana, uma medalha de ouro pela maior impressão fotográfica do mundo.
1905: Em 1905, a Casa Ferrez & Filhos passa a ser a representante exclusiva da
firma francesa Pathé Frères, e se torna fornecedora
da maioria dos cinematógrafos da cidade. Em 1907, em sociedade com Arnaldo Gomes de
Souza, inaugura o Cine Pathé. No ano de 1915, muda-se para Paris, onde
estuda fotografia em cores, até
retornar, no início da década de 1920, ao Rio de Janeiro, pouco antes de sua
morte.
1907: A primeira edição da revista Fon-Fon!, em 15 de abril, já usava fotografias. Seu nome era uma onomatopéia do
barulho produzido pela buzina dos automó- veis.
Permanece até 1958. A revista Fon-Fon! teve
colaborações de nomes como Di Cavalcanti
e celebrizou ilustradores como Nair de Tefé, J. Carlos, Raul Pederneiras e K. Lixto.
1920: Implantação da Kodak no Brasil.
1923: Fundado o Photo Club Brasileiro por Fernando Guerra Duval,
Alberto Friedmann, H.
Schmidt, A. Moura, H.Clark e J. A. Mirilli. Foi o primeiro clube de fotografia a se
organizar no país e tornou-se o reduto do pictorialismo. Organizou os primeiros salões de fotografia
lançou a revista Photogramma (1926-1931), organizou cursos teóricos e
exposições e teve um programa de rádio sobre fotografia. Fonte: Helouise Costa (2008, p. 265-267).
1928: Assis Chateaubriand cria
a revista semanal ilustrada O Cruzeiro, “a revista dos arranha-céus”, pela
modernidade pregada. Fundada e dirigida pelo jornalista
português, Carlos Malheiro Dias, ela começou a ser
publicada em 10 de novembro de 1928. Os membros do Photo Club Brasileiro participaram da revista no período inicial
com fotos e organização de concursos de imagens. As imagens dos pictorialistas
foram impressas com grande qualidade técnica. A revista O
Cruzeiro só assume o papel de pioneira no fotojornalismo no Brasil com vinda do francês Jean Manzon, na
década de 1940.
1928: O engenheiro químico Conrado Wessel funda, em São Paulo, a primeira fábrica de papel fotográfico da América Latina. Ubaldo Conrado Augusto Wessel (nasceu em Buenos Aires, no dia 1 de
janeiro de 1891 — faleceu em São Paulo, no dia 23 de
maio de 1993), foi um pesquisador e empresário
argentino naturalizado brasileiro
conhecido por ter descoberto e patenteado uma fórmula para a revelação
fotográfica em 1921. Devido à Revolta
Paulista de 1924, houve um isolamento do
estado de São Paulo e os produtos importados vindos do porto do
Rio de Janeiro, entre eles o papel de fotografia, não chegavam aos consumidores
paulistas. Este fato contribuiu para o crescimento na
procura do Papel Wessel. Mesmo
após o fim da revolução o produto desenvolvido por Conrado Wessel
manteve seus índices de venda, devido sua qualidade. Procurado para uma fusão de interesses,
Conrado Wessel fez
uma sociedade com a Kodak, primeiramente vendendo sua produção e, depois, em
1949, criando a Fábrica de Papel Fotográfico
Kodak -Wessel em São
Paulo. Foi diretor da fábrica até 1954, quando
transferiu os direitos de inventor definitivamente. Dominou o mercado por
décadas. Após a morte do empresário foi criada a Fundação Conrado Wessel, com a finalidade de incentivar a Arte, a
Ciência e a Cultura e apoiar com doações anuais 6 entidades. Faleceu no dia 23 de maio de 1993, já
nos primeiros meses do seu 103° ano de vida. A Fundação Conrado Wessel
atribui um prêmio anual denominado “Prêmio
Fundação Conrado Wessel”, destinado
a personalidade ou entidade de reconhecimento nacional no campo da arte,
ciência, medicina e cultura, mediante critérios e normas estabelecidos em
regulamento específico pela Diretoria Executiva e pelo Conselho Curador.
Fonte: http://fcw.org.br
Dica de Filme:
1929: Benjamin Abrahão Botto nasceu em Zahlé, no
Líbano, em 1890 e faleceu em Serra Talhada, em 10 de
maio de 1938. Foi
um fotógrafo sírio-libanês-brasileiro, responsável pelo registro
iconográfico do cangaço e de
seu líder, Virgulino Ferreira da Silva – o Lampião. Abrahão morreu assassinado durante
o Estado Novo.
Abrahão foi secretário do Padre Cícero, e conheceu o cangaceiro
Lampião em 1926, quando este foi até Juazeiro do Norte a fim de receber a bênção do célebre
vigário e a patente de capitão, para auxiliar na perseguição da Coluna Prestes, uma vez que não se
encontrou com Lampião em 1924, quando de outra de sua visita à cidade,
apesar de lá se encontrar. Em 1929, Abrahão fotografou o líder
cangaceiro ao lado do padre.
Esquerda: Virgínio Fortunato e bando NH, 1936-1937.
Direita: Abrahão, em foto
batida pelo cangaceiro Juriti, aparece cumprimentando Lampião.
Após a morte de Padre Cícero, Abrahão solicitou e obteve do "Rei do Cangaço" a
permissão para acompanhar o bando na caatinga e realizar as imagens
que o imortalizaram. Por ao menos duas ocasiões esteve junto ao bando de
Lampião.
Esquerda: O primeiro
encontro com o grupo - Benjamim, Maria Bonita e Lampião.
Direita: Maria Bonita.
Abrahão teve seus trabalhos apreendidos pela
ditadura de Getúlio Vargas,
que nele viu um antagonista do regime. Guardada pela família de libaneses Elihimas, em
Pernambuco, a película foi analisada pelo Departamento de
Imprensa e Propaganda (DIP), um
órgão de censura.
Esquerda: Dadá e Corisco.
Direita: Maria Bonita.
Mais informações: “Fotografia
e História: imagens fotográficas do cangaço” –
Marcos Clemente – Fonte: http://www.ufrgs.br/gthistoriaculturalrs/marcosclemente.html
1930: A revista O
Cruzeiro organizou o primeiro concurso de Miss Brasil e mandou repórteres aos
Estados Unidos para cobrir a segunda etapa, Miss Universo, vencida pela gaúcha Yolanda Pereira. A revista era a vitrine de um projeto
editorial que pensava o Brasil como um país em direção à modernidade, à
urbanização e à industrialização.
1930: No dia 22 de maio deste ano
completa 85 anos que o dirigível alemão Graf Zeppelin LZ 127 passou pelo
Brasil, em especial pela cidade de Recife. Nesta viagem, o Zeppelin cruzou entre
três a quatro dias o Atlântico pela primeira vez, vindo da Europa. Era uma
espetacular invenção já que no início do século XX fez uma viagem ao redor do
mundo com seus 236 metros de comprimento e 30 metros de diâmetro, se deslocava
a uma velocidade de 110 quilômetros por hora, levava entre 20 a 25 passageiros
(entre a alta burguesia e grandes industriais).
Graf Zeppelin
LZ-127 sobrevoando a Rua da Aurora, no bairro da Boa Vista, na década de 1930.
Ao longe, é possível ver a torre e a cúpula da Faculdade de Direito do Recife
e, em primeiro plano, os sobrados da Aurora. (Revista: O Cruzeiro. Ano II. Nº
84].
De acordo com Paulo Floro
(2015), “a cidade mantém intacta a torre de atracamento, única no Brasil,
aberta à visitação no parque científico no bairro do Jiquiá”. O dirigível se
caracteriza como um hotel no ar, pois possuía suítes, banheiros, salas de estar
e salas de jantar. O
zeppelin pousou em 22 de maio de 1930 às 19:28 horas vindo da Sevilha, Espanha.
os de diâmetro, se deslocava
a uma velocidade de 110 quilômetros por hora, levava entre 20 a 25 passageiros
(entre a alta burguesia e grandes industriais).
Atracação do
Zeppelin no Campo do Jiquiá. Recife, década
de 1930. O Estado deu apoio total à construção das instalações do pouso. (Fritz Dettmann. Zeppelin – Gestern und Morgen – Geschichte der deutschen Luftschiffahrt von Friedrichshafen bis Frankfurt am Main / Acervo Jobson Figueiredo).
De acordo com Paulo Floro
(2015), “a cidade mantém intacta a torre de atracamento, única no Brasil,
aberta à visitação no parque científico no bairro do Jiquiá”. O dirigível se
caracteriza como um hotel no ar, pois possuía suítes, banheiros, salas de estar
e salas de jantar.
Graf Zeppelin LZ-127 sobrevoando o bairro de Santo Antônio. Recife, década de 1930. É possível ver o Palácio da Justiça, à época, recém-inaugurado, e parte do Liceu de Artes e Ofícios. Observar que ainda não havia a Av. Dantas Barreto. Suástica no dirigível mostra força do nazismo da época. (Acervo do Museu da Cidade do Recife).
Sinopse: Amigo íntimo do Padre Cícero (Jofre Soares), o mascate libanês Benjamin Abrahão (Duda Mamberti) decide filmar Lampião (Luís Carlos Vasconcelos) e todo seu bando, pois acredita que este filme o deixará muito rico. Após alguns contatos iniciais ele conversa diretamente com o famoso cangaceiro e expõe sua idéia, mas os sonhos do mascate são prejudicados pela ditadura do Estado Novo.
Direção: Lírio Ferreira, Paulo Caldas, 1997.
Referências:
BUITONI, Dulcilia Schroeder. Fotografia e jornalismo: a
informação pela imagem. São Paulo: Saraiva, 2011. (Coleção Introdução ao
Jornalismo; v. 6).
COSTA, Helouise. Pictorialismo e Imprensa: O Caso da Revista O Cruzeiro
(1928-1932). In: FABRIS, Annateresa (org.). Fotografia: Usos e Funções no Século
XIX. 2 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008. (Texto &
Arte, 3).
FLORO, Paulo. Retrobit: primeira viagem do Zeppelin ao Brasil completa 85 anos.
Disponível em: http://blogs.ne10.uol.com.br/mundobit/2015/05/15/retrobit-primeira-viagem-do-zeppelin-ao-brasil-completa-85-anos/ Acesso em: 21 mai. 2015.
jantar.
OLIVEIRA, Erivam Morais de; VICENTINI, Ari. Fotojornalismo: uma viagem entre o analógico e o digital. São
Paulo: Cengage Learning,
2009.
SENAC. DN. Fotógrafo: o olhar, a técnica e o
trabalho. Rose Zuanetti; Elizabeth Real, Nelson Martins et al.
Rose Zuanetti;
Elizabeth Real, Nelson Martins et al. Rio de Janeiro: Ed. Senac
nacional, 2004.
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