1961: Gordon Parks (1912-2006) fez um giro
pela América Latina com o projeto de fotografar a miséria e a pobreza para a
revista Life
Magazine com a série “Crisis in Latin América”. A matéria “Uma família das favelas
do Rio – a miséria, inimiga da liberdade” mostra
o cotidiano de uma família branca e pobre em que Flávio cuida de seus irmãos mais novos na ausência
dos pais, com a chamada “Um menino que leva o peso do mundo”.
Parks acompanha a vida de Flávio
e o reencontra em 1976, publicando em 1978 o livro Flavio. Os leitores norte
americanos fazem doações a Life para ajudar Flávio e sua família. Parks
compra uma casa de alvenaria em um bairro de classe média, roupas e alimentos.
Flávio é levado para os Estados Unidos para tratar a asma e mora com uma família portuguesa.
Flávio é levado para os Estados Unidos para tratar a asma e mora com uma família portuguesa.
“A edição redentora traz Flávio na capa, em
página colorida, sorrindo, deitado em uma cama com brancos lençóis, agarrado a
um cachorrinho de pelúcias e o título da capa é a resposta aos dedicados e
altruístas leitores norte-americanos da revista: O Resgate de
Flávio: Americanos o trazem da favela do Rio para ser curado”.
Fernando de Tacca, 2006
Em resposta as matérias sobre Flávio e sua
família na revista Life, a revista O
Cruzeiro envia para Nova York o fotógrafo Henri Ballot para mostrar uma família branca
porto-riquenha pobre moradora de um cortiço.
O título da matéria é “O Repórter Henri Ballot descobre em N. York um novo recorde americano: MISÉRIA”.
Ballot: “Para os leitores que não viram a reportagem de ‘Life’, queremos esclarecer que seguimos, propositalmente, o mesmo roteiro e mesma paginação daquela revista”.
O título da matéria é “O Repórter Henri Ballot descobre em N. York um novo recorde americano: MISÉRIA”.
Ballot: “Para os leitores que não viram a reportagem de ‘Life’, queremos esclarecer que seguimos, propositalmente, o mesmo roteiro e mesma paginação daquela revista”.
1964: “Durante o regime militar que se instalou no Brasil com o golpe de
1964, a imprensa foi alvo da censura política. Muito já se escreveu sobre os versos de
Camões que substituíam os trechos censurados de matérias do jornal O Estado de S. Paulo; as receitas de doces e
salgados, que preenchiam os espaços vazios remanescentes dos cortes impostos
pelos censores do Jornal da Tarde, ou os ‘diabinhos’ que
exerciam a mesma função na revista Veja’”.
Boris Kossoy, 2007, p. 124-126
Fotografia feito pelo fotógrafo Evandro Teixeira, Rio de Janeiro, 1968.
“A Tribuna da Imprensa,
Pasquim, Opinião, Movimento, entre outros órgãos de
imprensa, além do teatro, da música e das artes em geral, igualmente estiveram
sob a mira da censura. Jornalistas, chargistas, fotógrafos buscavam ‘fórmulas’ que
pudessem driblar as arbitrariedades da repressão”.
Boris Kossoy (2007, p. 126)
1965: Câmara Rio-400 - homenagem
aos 400 anos do Rio de Janeiro e
precursora da fotografia de amador no Brasil.
1965: O Jornal
da Tarde retoma a tendência de abrir espaço para a
fotografia. Os jornalistas Mino Carta e
Murilo Felisberto são os responsáveis por
essa renovação visual, que tem como principais fotógrafos Jorge Bodansky, Oswaldo Maricato e
Geraldo Guimarães.
1966: Surgimento da revista Realidade da
Editora Abril. Uma revista que praticou jornalismo de
grandes reportagens com texto e foto, trabalhando com um estética documental. Buscava registros da realidade sobre temas
como racismo, drogas, liberação sexual, casamento de padres, conflitos
internacionais. Circulou até janeiro de 1976.
1968: De agosto 1968 a julho de 1976, funcionou em
São Paulo, a Enfoco - Escola de
Fotografia. Ao ser demitido da sucursal do Jornal do
Brasil, em maio de 1968, Cláudio Kubrusly criou a Enfoco. Vários fotógrafos que, posteriormente, se
destacaram no cenário da fotografia brasileira passaram pelos bancos da Enfoco.
1968: Lançamento da revista Veja da Editora Abril. Era uma revista semanal como a Time norte-americana, com a proposta de trazer
informação e interpretação.
1970: Pelé comemora o tri-campeonato
na Copa do Mundo do México, em 1970, a seleção brasileira ganhou da Itália. Na foto abaixo, "Pelé, Tostão (à esquerda) e Jairzinho comemoram um gol do melhor jogador do mundo" (KOSSOY; SCHWARCZ, 2012, p. 340). Foto de Orlando Abrunhosa.
1976: Boris Kossoy apresenta
as experiências de Hércules Florence no III Simpósio
Internacional de Fotografia da Photographic Historical Society of Rochester (Estados Unidos), comprovando seu pioneirismo.
Dica de Filme:
Sinopse:O jornalista Fernando (Pedro Cardoso) e seu amigo César (Selton Mello) abraçam a luta armada contra a ditadura militar no final da década de 60. Os dois alistam num grupo guerrilheiro de esquerda. Em uma das ações do grupo militante, César é ferido e capturado pelos militares. Fernando então planeja o sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick (Alan Arkin), para negociar a liberdade de César e de outros companheiros presos.
Direção: Bruno Barreto, 1997.
Referências:
BUITONI, Dulcilia Schroeder. Fotografia e jornalismo: a
informação pela imagem. São Paulo: Saraiva, 2011. (Coleção Introdução ao
Jornalismo; v. 6).
KOSSOY, Boris. Os tempos da fotografia: o efêmero e o perpétuo. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2007.
KOSSOY, Boris; SCHWARCZ, Lilia Moritz. Um olhar sobre o Brasil: a fotografia na construção da imagem da nação: 1833-2003. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
OLIVEIRA, Erivam Morais de; VICENTINI, Ari. Fotojornalismo: uma viagem entre o analógico e o digital. São
Paulo: Cengage Learning,
2009.
TACCA, Fernando de. O Cruzeiro versus Paris Match e Life
Magazine: um jogo especular. In:In: Líbero. Ano IX, n. 17, Jun.
2006. Disponível em: http://casperlibero.edu.br/wp-content/uploads/2014/05/O-Cruzeiro-versus-Paris-Match-e-Life-Magazine.pdf
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