1979: Fundação
da Agência F4 em São Paulo por Juca Martins, Nair Benedicto, Ricardo Malta e Delfim
Martins. Defendiam o reconhecimento do fotógrafo, construindo um
verdadeiro projeto político para a categoria, discutindo questões de direito autoral, contratos entre empresa e profissional.
Juca
Martins nasceu em
Barcelos, Portugal, 1949 e mudou-se para o Brasil em 1957.
Estudou técnica em impressão gráfica e laboratório fotográfico na Editora Abril (1967-1969). Atuou como repórter
fotográfico nos jornais Folha de S. Paulo, Jornal da
Tarde e Última Hora (1969),
e trabalhou como freelance para as revistas Placar,
Quatro Rodas, Realidade, Veja, Visão e Isto É. Em
1991, fundou a Pulsar Imagens com Laura Del Mar e Delfim Martins.
Recebeu o Nikon Photo Contest International (1979 e 1981), o Prêmio Esso de Fotografia,(Brasil,
1980), o Prêmio Jornalístico
Vladimir Herzog de Direitos Humanos (Brasil,
1982) e o Prêmio Embratur – Revista Ícaro (1988).
Esta foto (abaixo) de Juca Martins retrata um desfile militar palestino em Beirute, em 1982, época da guerra civil entre cristãos falangistas e palestinos muçulmanos. Eu estava
convidado pela Organização pela Libertação da Palestina, liderada por Yasser
Arafat, para documentar a questão palestina no Líbano.
Esquerda: Manifestação
contra o Custo de Vida, 1978. São Paulo.
Direita: Garimpo, Serra
Pelada, 1980, Pará.
Nair Benedicto nasceu em São Paulo, em 1940. Formada em Comunicação pela USP
(Universidade de São Paulo), é sócia fundadora da Agência F4 e do Nafoto. Atualmente dirige a N Imagens, através da qual veicula
seu acervo e trabalhos. Documentou a situação da mulher e da
criança na América Latina pela UNICEF e UNIFEM.
Tem fotos publicadas nas principais revistas
nacionais e internacionais, assim como no acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York, do Smithsonian de
Washington, do Museu de Arte Moderna de São Paulo e no do Rio de Janeiro, e no Patrimônio Histórico da Cidade de São
Paulo. Foi reconhecida com o Prêmio Trip Transformadores 2010. Foi a fotógrafa homenageada no Foto Fest POA
2012.
Esquerda: Mulheres do Sisal,
1985, Bahia.
Ricardo Malta nasceu em Volta Redonda, Rio de Janeiro, 1956. Fotografa profissionalmente desde 1976. Colaborou com as principais publicações
nacionais e internacionais, como Time,
Newsweek Photo, The
New York Times e National Geographic.
Esquerda: Sem título, 1991, Salvador, Bahia.
Direita: Sem título, 1989, Olímpia, São Paulo.
Em 1992, atuou como diretor de fotografia do
vídeo experimental Poeta bom é poeta morto de Clauf Rodrigues e desde então se dedica
profissionalmente à fotografia e ao vídeo, realizando programas institucionais
e campanhas do governo para a televisão. É sócio da BPC Imagens, que atua em diversas áreas da produção de
imagens corporativas e no tratamento e manipulação de imagens digitais.
Sem título, 1989, Olímpia, São
Paulo.
Delfim Martins nasceu em Barcelos, Portugal, 1951. Radicado no Brasil, iniciou a carreira de
fotógrafo em 1973 na cidade de São Paulo. Em 1975, foi contratado pela revista Visão e
posteriormente assumiu a direção do departamento fotográfico da revista
(1979-1984).
A partir de 1984 passou a trabalhar para
publicações e perfis institucionais de empresas. Em 1991, fundou com Laura Del Mar e Juca
Martins, a Pulsar Imagens. A
partir de 1986 dedicou-se principalmente a documentação da
agricultura do estado de São Paulo e de outras regiões do Brasil.
1980: Fundação da Agência Ágil em Brasília por André Dusek, Milton Guran, Duda Bentes, Júlio Bernardes.
Reunião semanal da
Agência Agil, Brasília (1983). Da esquerda para a direita: Julio Bernardes, Milton Guran, Kim-Ir-Sem, André Dusek e Duda Bentes.
André Dusek nasceu no Rio de Janeiro, 1956. Formou-se em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação da
Universidade de Brasília (1979) e desde 1977 atua como repórter fotográfico. Trabalhou nas Revistas Manchete e Fatos&Fotos (1978-1980), foi fotógrafo do Jornal Correio Braziliense (1980-1982)
e da Agência Estado na sucursal de Brasília (1988-1994).
Foi presidente da União dos Fotógrafos de Brasília
(1993-1994) e diretor membro da Comissão de Ética do
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal. De1994 a 2006 foi subdiretor de fotografia da
Revista Isto É na
sucursal de Brasília. Integra a equipe de fotógrafos do jornal O Estado de São Paulo.
Esquerda: Afonso Arinos,
1987, Brasília.
Direita: Ulisses Guimarães,
1987, Brasília.
Milton Guran nasceu no Rio de Janeiro, 1948. Obteve o título de Mestre em Comunicação Social pela
Universidade de Brasília (1991)
e de doutor em Antropologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Marselha, França
(1996). Repórter fotográfico desde 1973, trabalhou no
Jornal de Brasília , em 1978. Foi presidente da União dos Fotógrafos de Brasília
(1980-1982) e secretário da Federação Nacional dos Jornalistas (1980-1983).
Trabalhou como fotógrafo do Museu do Índio/Funai, Rio
de Janeiro, de 1986 a 1989. Recebeu a Bolsa Vitae de Artes/Fotografia (1990). Dedicado ao estudo da utilização da
fotografia como instrumento de pesquisa em Ciências Sociais, é professor adjunto do Instituto de Humanidades da Universidade
Cândido Mendes, Rio de Janeiro.
Esquerda: Escola Kayapó, Aldeia Djetuktire, 1991, Pará.
Direita: Kamayurá, 1978, Xingu.
1980: O fotógrafo e professor Boris Kossoy divulgou em um simpósio nos Estados Unidos a
pesquisa que resultou na primeira edição de seu livro, "Hercule Florence - A descoberta da fotografia no
Brasil", lançada em 1980.
Fonte: http://g1.globo.com
1981: O brasileiro Sebastião Salgado
foi o único fotógrafo a registrar a tentativa
de assassinato do então presidente norte-americano Ronald Reagan. As imagens foram publicadas no The New York
Times.
Sebastião Ribeiro Salgado nasceu em Aimorés, Minas Gerais em
1944. Formado em Economia, realiza doutorado nesta área pela Université de
Paris. Entre 1971 e 1973, trabalha para a Organização
Internacional do Café, em Londres. Durante viagem
à África, na qual coordena um projeto sobre a cultura do café em Angola, decide
tornar-se fotógrafo. Reside em Paris a partir de 1974, e trabalha para as agências Sygma (até o ano seguinte) e Gamma, entre 1975 e 1979. Documenta conturbados acontecimentos sociais e políticos na Europa e na África. Em 1979, ingressa na agência Magnum, na qual permanece até 1994, ano em que cria a própria empresa, a Amazonas Imagens.
Salgado, em
1986, faz a foto Mina de ouro, Serra Pelada,
Brasil, numa perspectiva ampla que mostra uma massa
densa de corpos se espalhando como formigas por uma cratera sem fim.
Na década de 1980, trabalha por 15 meses com
o grupo francês Médicos Sem Fronteiras, percorrendo a região do Sahel, na
África, e registrando a devastação causada pela seca. Lança em Paris, em 1986, a obra Sahel: o
Homem em Agonia, publicado pelo Centre National de la Photographie,
em benefício dos Médicos Sem Fronteiras e editado pela Prisma Presse.
Produz, entre 1986 e 1992, a série Trabalhadores, em que documenta o
trabalho manual e as difíceis condições de vida dos trabalhadores em várias
regiões do mundo. Lança em São Paulo o livro Trabalhadores: uma arqueologia da era
industrial, pela Companhia das Letras
em 1996.
Salgado, em 1997, lança em São Paulo Terra, com
prefácio de José Saramago, pela Companhia das Letras, sobre a mudança nas
relações de produção do trabalho.
Realiza viagens pela América Latina, entre
1977 e 1984, documentando as condições de vida dos camponeses e dos índios, que
divulga no livro Autres Ameriques, de 1986. Salgado lança
em São Paulo a obra Outras Américas em 1999.
Esquerda: Oaxaca, México, 1980.
Direita: Primeira comunhão
em Juazeiro do Norte, Brasil, 1981.
Salgado lança
Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo em 2000.
Salgado lança
O fim da pólio (2003).
Esquerda: Capa do livro.
Direita: Campanha de
vacinação contra a pólio em Gof Gudod, região de Baidoa. Somália. 2001.
Salgado lança
Um incerto estado de graça em 2004.
Em 2005 lança O
berço da desigualdade. sobre a diversidade das
situações educativas pelo mundo e a esperança em mudá-la. Com fotos de um dos
maiores fotojornalistas
do Brasil, Sebastião Salgado e texto do ex-ministro da educação Cristovam
Buarque, o livro é um convite à reflexão sobre a precária educação no Brasil e
em outros países como Peru, Afeganistão e Quênia.
Esquerda: Quênia - Escola na
região do Lago Turcana, 1986.
Direita: Afeganistão -
Escola em um campo de refugiados, 1996.
Salgado lança
África em
2007.
Salgado lança
Gênesis em 2013.
“Minhas fotografias são um
vetor entre o que acontece no mundo e as pessoas que não têm como presenciar o
que acontece. Espero que a pessoa que entrar numa exposição minha não saia a
mesma”, Sebastião Salgado.
Dica de Filme:
Sinopse: Salomé (Betty Faria), Lorde Cigano (José Wilker) e Andorinha são três artistas ambulantes que cruzam o país juntamente com a Caravana Rolidei, fazendo espetáculos para o setor mais humilde da população brasileira e que ainda não tem acesso à televisão. A eles se juntam o sanfoneiro Ciço (Fábio Jr.) e sua esposa, Dasdô (Zaira Zambelli), e a Caravana cruza a Amazônia até chegar a Brasília.
Direção: Carlos Diegues, 1979.
Referências:
BUITONI, Dulcilia Schroeder. Fotografia e jornalismo: a
informação pela imagem. São Paulo: Saraiva, 2011. (Coleção Introdução ao
Jornalismo; v. 6).
HACKING, Juliet (editora geral). Tudo sobre fotografia. Tradução de Fabiano Morais, Fernanda Abreu e
Ivo Korytowski. Rio
de Janeiro: Sextante, 2012. Título original: Photography: the whole story.
OLIVEIRA, Erivam Morais de; VICENTINI, Ari. Fotojornalismo: uma viagem entre o analógico e o digital. São
Paulo: Cengage Learning,
2009.
SOUSA, Jorge Pedro. Exemplos de diversidade: alguns fotógrafos
documentaristas contemporâneos. In: Uma
história crítica do fotojornalismo ocidental. Chapecó:
Argos; Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2004.
nTexto sobre Sebastião Salgado, p. 189-192
TITO, Fábio. Descoberta da fotografia no Brasil faz 180 anos despercebida
por brasileiros. Disponível em:
<http://g1.globo.com/fotos/noticia/2012/08/descoberta-da-fotografia-no-brasil-faz-180-anos-despercebida-por-brasileiros.html>.
Acesso em 29 mar 2013.
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