2001: Robert Polidori nasceu
em Montreal, Canadá,
em 1951, Polidori vive e trabalha em Nova York. Nos anos
1970, trabalhou como assistente de Jonas Mekas no Anthology Film Archives, em Nova York, e realizou diversos
filmes experimentais. Em 1979, concluiu mestrado na State University
of New York, em
Buffalo, passando a se dedicar integralmente à fotografia still. Entre 1998 e 2007, trabalhou como
fotógrafo da revista The New Yorker, colaborando regularmente também para
publicações como Geo, Architectural Digest Germany, Nest Magazine, Newsweek e Vanity Fair.
Robert Polidori (1951)
visita a Ucrânia para documentar as consequências do desastre nuclear de Chernobyl dentro das zonas de exclusão (abaixo).
Em 2005, Robert Polidori fotografa Nova Orleans após
o furacão Katrina. Suas
imagens das casas destruídas são um testemunho do caos provocado pelo furacão (abaixo).
“Em imagens de grandes dimensões, Robert Polidori
nos mostra como o mundo
devastado pode ser belo, sem, no entanto, deixar de
causar um profundo mal-estar. Sua visão crítica da sociedade atual dificulta
julgamentos históricos baseados em ideologias políticas, pois, em seu trabalho,
diferentes tragédias ganham feições semelhantes: as ruínas de Beirute se
parecem com as de Havana, as de Chernobyl com as de Nova Orleans”.
Heloisa Espada
Nova
Orleans.
“Polidori conta que seu trabalho ganhou força na
década de 1980, quando optou pelo uso de câmeras de grande formato,
com filmes de até 20 x 25 cm, capazes de captar uma grande quantidade
de informações visuais. Com esse recurso, aliado ao emprego da perspectiva
renascentista e ao uso cuidadoso da luz natural, é
capaz de gravar uma impressionante riqueza de detalhes. Ao afirmar o vínculo da
fotografia com as aparências do mundo, sua obra caminha numa direção oposta às
vertentes contemporâneas, que investem na distorção de formas, na encenação ou
na criação de imagens artificiais a partir de tecnologias digitais”.
Heloisa Espada
Anthony Avenue, New Orleans,
September" (2005).
2002: O irlandês Paul Seawright (1965)
retratou os destroços da guerra em um vale afegão. Como parte de suas séries de
comissões para documentação de conflitos, o Museu Imperial de Guerra de Londres
contratou Seawright
para ir ao Afeganistão em 2002. Sua foto Vale (2002) é comparada a Vale
da sombra da morte
(1855) de Roger Fenton, da Guerra da Crimeia (abaixo). Suas fotografias
de campos de minas e locais de batalha foram exibidos internacionalmente e
estão em inúmeras coleções públicas.
2002: A GOPRO foi criada pelo
norte americano Nick
Woodman (abaixo).
Ele viajava pela Austrália tentando capturar seus melhores momentos surfando,
com câmeras descartáveis. Cansado dos resultados horríveis que as descartáveis
proporcionavam, ele conseguiu convencer um amigo, chamado Neil Dana a entrar com o capital para o
desenvolvimento de uma câmera, que tornasse possível o sonho de fotos e
vídeos de esportes extremos em alta qualidade, pelo ponto de vista do atleta. Pode colocá-la em seu capacete,
prancha, skate, moto, diversas partes do corpo, paredes e em diversos e
inusitados lugares, com a finalidade de criar filmes de diversos pontos de
vista.
A
câmera que começou a popularizar a linha foi a Hero. Foi a primeira Full HD, 1080p, com vídeos em 60p.
Lançada
em outubro de 2011, a GoPro HD HERO 2 já foi uma grande evolução
para o seu modelo anterior. Tinha 11 megapixels para fotos, melhorias na
captura de imagens em baixa luz, além de gravações em 120 frames por segundo.
Em
setembro de 2014, a GoPro anunciou três novos modelos.
Dois deles chamados da linha GoPro HERO 4, um Black e um Silver, e
uma nova GoPro Hero, voltada para uma fatia de
público ainda não atingida pela companhia até então: a de iniciantes.
2002: O artista e fotógrafo Michael Wolf nasceu em 1954, na Alemanha, mas vive e
trabalha em Hong Kong e Paris. nComeçou sua carreira em 1994
como fotojornalista, passou oito anos trabalhando em Hong
Kong para a revista alemã Stern. Ele ganhou o primeiro prêmio em Questões
Contemporâneas em 2004, por suas fotografias para um artigo na Stern, China: fábrica do mundo. As fotografias representam
trabalhadores em vários tipos de fábricas. Ganhou uma menção honrosa em 2011 pelo
trabalho. O prêmio foi controverso porque algumas imagens eram
apropriação do Google Street View.
2003: Paralelo
aos conflitos no Afeganistão, o Iraque também
foi invadido por suspeita de armas de destruição em massa. Como consequência a
este fato, as imagens que ainda na questão da guerra vem chocar e polemizar o
mundo do fotojornalismo foram feitas pelos soldados americanos na Prisão Abud Graib
(no Iraque) de prisioneiros iraquianos
torturados em função de retaliações das fotos feitas através de prisões e
investigações. Estas imagens vão para a Internet, que leva a discussão sobre o
fotojornalismo de conflitos neste início de século
Imagem de Geert
van Kesteren. Refugiados iraquianos, Turquia, de Bagdá chamando,
2007.
Mais
uma vez o iraquiano Saddam
Hussein se vê diante de um presidente
norte-americano em oposição, o que agora se dá com George W. Bush (filho). Além da suspeita das armas havia uma
suposta ligação de Hussein com a Al-Qaeda, no
entanto, mesmo com oito
anos de combate tais armas não foram
encontradas nem evidências dessa ligação. Para este conflito houve uma mudança
na cobertura de guerra com o uso de telefones celulares, que
possibilitava que os fotojornalistas enviassem notícias das áreas mais afetadas
com grande rapidez.
Um
soldado norte-americano Lynndie England tortura um prisioneiro iraquiano
na penitenciária de Abu Ghraib.
O termo “jornalismo incorporado” passa
a ser usado à medida que repórteres e fotógrafos concordam em não revelar
informações comprometedoras durante a invasão americana do Iraque. Foram 775
repórteres e fotógrafos que viajaram como jornalistas embarcados. Esses
repórteres assinaram contratos com os militares prometendo não relatar
informações que poderiam comprometer a posição da unidade, como as futuras
missões e armas.
2004: A capa de 8 de maio de 2004 da revista The
Economist mostra a imagem de um detento iraquiano
sendo torturado na prisão
de Abu Ghraib, no Iraque, com a legenda: “Rumsfeld
renuncie” (abaixo). A imagem é conhecida como o “Encapuzado”, mostra
uma pessoa de braços abertos e com as mãos presas a fio elétricos numa pose
carregada de simbolismo (depois identificado como um professor islâmico chamado
Ali Shalal
que foi preso enquanto ia a uma mesquita para orar). Fotos de prisioneiros iraquianos
torturados e seviciados sexualmente por soldados americanos na prisão de Abu Ghraib surgem na Internet. O pesquisador Joan Fontcuberta (2012, p. 15) acrescenta que “o horror de Abu Ghraib nunca teria aflorado à opinião pública com a fotografia analógica; ao contrário, a tecnologia digital torna impossível evitar a disseminação da informação”.
“É visível que sua composição foi
encenada diversas vezes pelos captores. Sendo assim, é compreensível que foi
precisamente o poder estético (apesar de a frase soar estranha) que fixou essas
imagens na consciência pública de forma irrevogável” (WILLCOCK, 2014).
2004: O fotojornalista iraquiano independente Ghaith Abdul-Ahad fez
a imagem Bagdá,
4 de abril de 2004 (abaixo) quando retratava a ocupação do Iraque em 2003, buscando a reação dos civis
iraquianos, mostra um rapaz comemorando a destruição de um veículo militar
americano, após ter ateado fogo. Essas fotos que mostram um lado pouco
conhecido da guerra, como a resistência
iraquiana, foram divulgadas em meios de
comunicação e livros. Em 2005, lançou o livro Não incorporado: quatro
fotojornalistas independentes registram a Guerra do Iraque.
Nasceu em 1975 no Iraque. Foi criado em
Bagdá e quando jovem viveu na clandestinidade par anão ter que servir no
Exército de Saddam Hussein. Em 2001, começou a tirar fotos das ruas de Bagdá.
Após a invasão do Iraque em 2003 documentou o conflito se tornando
correspondente do jornal inglês The Guardian. Cobriu várias zonas de conflito
no mundo muçulmano, como Somália, Iraque, Sudão e Afeganistão.
Em 2 de março de 2011, foi preso enquanto
cobria os problemas na Líbia. A Anistia Internacional pediu sua soltura e o
governo líbio o liberou após 15 dias. Hoje está cobrindo a Guerra na Síria, em
especial sobre os refugiados.
Esquerda: Bagdá;
01 de agosto de 2004: Um homem ferido recebe tratamento em Kindi após carros-bomba explodiu em
frente a pelo menos seis igrejas cristãs em um ataque coordenado programado
para coincidir com as orações da noite.
Direita: Najaf; 23 agosto de 2004: Um homem
anda perto de um carro que está queimando na periferia da cidade velha.
Dica de Filme:
Sinopse: Rebecca (Juliette Binoche) é uma das melhores fotógrafas de guerra em atividade e precisa enfrentar um turbilhão de emoções quando seu marido (Nikolaj Coster-Waldau) lhe dá um ultimato. Ele e a filha do casal não suportam mais sua rotina arriscada e exigem mudanças, mas ela, apesar de amar a família, tem verdadeira adoração pela profissão.
Direção: Erik Poppe, 2014.
Referências:
ESPADA, Heloisa. Robert Polidori:
Fotografias. Disponível em: http://www.ims.com.br/ims/visite/exposicoes/robert-polidori-fotografias/exposicao Acesso em: 20 mar. 2015.
FONTCUBERTA, Joan. A câmera de Pandora: a fotografi@ depois da fotografia. Tradução de Maria
Alzira Brum. São Paulo: G. Gilli, 2012.
HACKING,
Juliet
(editora geral). Tudo
sobre fotografia.
Tradução de Fabiano Morais, Fernanda Abreu e Ivo Korytowski. Rio de Janeiro: Sextante, 2012. Título
original: Photography:
the
whole
story.
TOREZANI, Julianna Nascimento. A
fotografia de conflitos: da Primeira Guerra Mundial ao Ataque ao World Trade
Center. In: Anais do XXXVII Congresso
Brasileiro de Ciências da Comunicação. Foz
do Iguaçu, PR: Intercom, 2014. Disponível em: http://www.portcom.intercom.org.br/navegacaoDetalhe.php?id=56193
WILLCOCK,
Sean. Os que as imagens de Abu Ghraib realmente nos dizem sobre a
guerra. Disponível: <http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/05/o-que-imagens-de-abu-ghraib-realmente-nos-dizem-sobre-guerra/>. Acesso
em:
23 ago. 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário