2001: Gregory Crewdson faz
a construção de cenários em tamanho real para série Lusco-fusco (1998-2002). A série remete ao cinema e
ao teatro. Sem
título (Ofélia) faz
alusão ao trágico destino da personagem Ofélia, da peça Hamlet
(c.1599-1601), de William Shakespeare: de
luto pela morte do pai, ela é encontrada afogada após ser desprezada por seu
amado príncipe.
Crewdson nasceu em 1962 no Broklyn,
em Nova York. Estudou na Universidade do Estado de Nova York em
Purchase
e em 1988 concluiu o mestrado
em fotografia na
Universidade Yale. Em 1991, participou de “Prazeres e
horrores do conforto doméstico”, no Museu de Arte Moderna de Nova York.
Esquerda: “House of Fire”, da série “Beneath the Roses” (Sob as Rosas), 2004.
Direita: Fotografia
da série “Beneath the Roses” (Sob as Rosas).
Em 1992, realizou uma mostra individual no Houston Center for Photography
no Texas, e no ano seguinte foi nomeado professor em Yale. Ganhou a Medalha de Fotografia Skowhegan. Após sua primeira retrospectiva na
Europa, Hatje
Cantz
publicou um importante catálogo de sua obra Gregory Crewdson,
1985-2005.
Esquerda: Fotografia
feita em 2007 faz parte da série “Beneath the Roses” (Sob as Rosas).
Direita: Untitled
photo, série Sob as rosas (2003–2005).
O fotógrafo trabalha com uma equipe de 40 pessoas, entre operadores de câmera e luz,
designers, editor de montagem, gerente de locação, atores e diretores de elenco
e fotografia – para captar cenas que vão desde uma casa pegando fogo de verdade
até o interior de uma sala completamente inundada (Ofélia, de 2001, a primeira imagem abaixo).
Em 2005, sua mostra “Sob as rosas” começou a percorrer galerias de Nova York, Londres, Atenas e Paris. Criada entre 2003 e 2008, a série retoma aspectos que caracterizaram as produções pictóricas e cinematográficas de Edward Hopper e Alfred Hitchcock. Hopper, principal representante do movimento realista americano, destacou-se no começo do século XX por abordar a solidão e a melancolia a partir de cenários da vida urbana e privada. Pinturas como Notívagos (1942), Noite de Verão (1947) e Automat (1927) traduzem um pouco da atmosfera alienante e perturbadora que Crewdson busca reproduzir em suas fotografias. Já a relação com o cinema de Hitchcock aparece no estilo visual na psicologia do film noir, com sombras dramáticas, ângulos incomuns e personagens arquétipos, envoltos numa atmosfera de tensão e/ou desejo.
Esquerda: Untitled (Sunday Roast), 2005.
Direita: Untitled (Birth), 2007.
2001: Em 11 de setembro de
2001, as torres gêmeas do World
Trade Center, em Nova York, foram atingidas por aviões que tinham sido
sequestrados e foram ao chão, matando inúmeras pessoas que estavam nos aviões,
nos prédios e, até mesmo, os bombeiros que tentavam fazer o resgate das
vítimas. Este
atentado chocou o mundo e marcou uma nova era na política internacional, foi um
ato feito e reconhecido por integrantes da organização terrorista afegã
Al-Qaeda, liderada por Osama Bin Laden. Ainda em 2001, como
reação a este fato, as Forças Armadas dos Estados Unidos intervêm no
Afeganistão para acabar com a Al-Qaeda, no período chamado de "guerra ao
terror".
Fotos
mostram o avião da United Airlines antes e durante o impacto na segunda
torre do World Trade Center. 11/09/2001. Foto: Sean Adair/Reuters.
Esse acontecimento
foi fortemente coberto pelos meios de comunicação e veiculado pelas emissoras
de televisão de vários países do mundo, inclusive via Internet, mostrando
imagens desesperadoras, como a feita por Richard Drew, a fotografia
de um “homem caindo” de uma das torres, provocou indignação pública e foi
censurada pelos principais veículos, os registros mostraram que dezenas de
pessoas em pânico se atiraram das torres para fugir do calor e do fogo.
Esquerda: Momento
do choque do voo 175 da United Airlines
contra a Torre Sul. 11/09/2001. Foto: Steve Ludlum/The New York Times.
Direita: Um
homem mergulha para a morte. Dezenas de pessoas se atiraram do alto do WTC para
fugir do calor no interior das torres. 11/09/2001. Foto: Richard Drew/AP.
“As imagens do atentado também
despertaram comoção, entre telespectadores e profissionais de TV e, na mesma
medida, eram portadoras de conteúdo noticioso capaz de mobilizar audiências em
todo o mundo”.
Iluska Coutinho e Jorge Felz (2002, p. 2)
Atmosfera
sombria: bombeiros caminham em meio aos destroços do World Trade Center logo
após o desabamento. 11/09/2001. Foto: Peter Morgan/Reuters.
“As pessoas
compraram os jornais de 12 de Setembro
não só para ler as análises e as notícias mas também para rever as imagens e
guardá-las religiosamente (os jornais desta vez não foram deitados no lixo)” (SOUSA, 2004a, p. 28).
Em
visita a uma escola, George W. Bush recebe a notícia sobre o ataque às Torres
Gêmeas. 11/09/2001. Foto: Doug Mills/AP.
Como retaliação ao atentado, os conflitos no
Afeganistão iniciaram em 7 de outubro de 2001 pelas forças lideradas
pelos Estados Unidos através de bombardeios. Durante os dez anos de conflito em
perseguição a Osama Bin Laden, que só ocorreu em 2011, morreram mais de 13 mil
pessoas entre civis e militares e bilhões de dólares foram gastos nessa busca.
Imagens de Steve McCurry
Imagens de James Nachtwey
Instantâneo do fotógrafo alemão Thomas Hoepker, ex-presidente
da Agência Magnum (de 2003 a 2006). A mais polêmica foto da tragédia do
11 de setembro de 2001,
quando terroristas colocaram abaixo as torres gêmeas, em Nova York, não mostra
o choque dos aviões contra os prédios do World Trade Center nem as vítimas do
atentado.
Registra uma cena idílica de verão. Nela,
cinco jovens conversam tranqüilamente em algum lugar de Williamsburg, no cais do Brooklyn, em
meio a ciprestes e flores, enquanto uma nuvem negra de fumaça cobre os prédios
de Manhattan. Quando publicada nos Estados
Unidos, ele foi acusado de banalização do terror.
Hoepker
defendeu-se, dizendo que não pretendia, de modo algum, ser desrespeitoso com a
memória dos mortos na tragédia.
A imagem foi registrada por acaso. Retido
em seu carro no Brooklyn, sem
poder atravessar a ponte, ele
viu um grupo de jovens conversando no cais de Williambsurg e tirou três fotos. “Não pensei em nada
naquele momento, nem mesmo em fazer uma crítica à alienação dos garotos, como
denunciaram posteriormente dois deles”, admite o fotógrafo. “De qualquer modo,
acho que é da natureza humana se habituar com o horror”, diz o fotógrafo, um
dos últimos da escola
humanista de Cartier-Bresson e Elliott Erwitt,
suas duas maiores referências.
Hoepker nasceu em 1936, em Munique, na Alemanha.
Membro da Agência Magnum. De 1960 a 1963, trabalhou como fotógrafo
para Münchner
Illustrierte e Kristall. Em 1964, começou a trabalhar como
fotojornalista para a revista Stern. Na década de 1970, também trabalhou como
cinegrafista para uma emissora de televisão alemã, fazendo documentários. Já utilizou câmeras Leica,
Nikon e Canon. Em 2002, começou a usar equipamentos digitais. Hoepker
vive em Nova York, onde produz documentários de TV.
Esquerda: EUA.
Chicago, Illinois. 1966. Muhammad Ali em uma ponte com vista para o Rio
Chicago.
Direita: EUA.
Miami, Florida. 1970. Muhammad Ali.
Dica de Filme:
Sinopse: O diretor Michael Moore investiga como os Estados Unidos se tornaram alvo de terroristas, a partir dos eventos ocorridos no atentado de 11 de setembro de 2001. Os paralelos entre as duas gerações da família Bush que já comandaram o país e ainda as relações entre o atual Presidente americano, George W. Bush, e Osama Bin Laden.
Direção: Michael Moore, 2004.
11 filmes que mostram histórias do atentado em 11 de setembro - http://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/cinema/2014/09/11/noticia_cinema,159217/11-09-confira-11-filmes-sobre-o-atentado-de-11-de-setembro-de-2011.shtml
Referências:
COUTINHO, Iluska; FELZ, Jorge. Imagens do atentado de 11
de setembro: notícia e comoção. In: Anais
do XXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Salvador: Intercom,
2002. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2002/>.
Acesso em: 22 ago. 2014.
HACKING, Juliet (editora geral). Tudo sobre fotografia. Tradução de Fabiano Morais, Fernanda
Abreu e Ivo Korytowski.
Rio de Janeiro: Sextante, 2012. Título original: Photography: the whole story.
SOUSA, Jorge Pedro. Fotojornalismo: Introdução à história, às técnicas e à
linguagem da fotografia na imprensa. Florianópolis: Letras Contemporâneas,
2004a.
TOREZANI, Julianna Nascimento. A
fotografia de conflitos: da Primeira Guerra Mundial ao Ataque ao World Trade
Center. In: Anais do XXXVII Congresso
Brasileiro de Ciências da Comunicação. Foz
do Iguaçu, PR: Intercom, 2014. Disponível em: http://www.portcom.intercom.org.br/navegacaoDetalhe.php?id=56193
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