1955-1975: “A Guerra do Vietnã (1955-1975)
foi um conflito armado em que estavam opostos a República Democrática do Vietnã
(Vietnã do Norte) e a República
do Vietnã (Vietnã do Sul), tendo como aliada os
Estados Unidos, tendo como causa divergências políticas e ideológicas. Com o
fim na guerra, os Estados
Unidos se retiraram do país e
houve a reunificação do território gerando a República Socialista do Vietnã,
sob o regime comunista, aliado da União Soviética” (TOREZANI, 2014, p. 9).
Esquerda: Fotógrafo Larry Burrows, Vietnã – 1968.
Direita: Fotógrafo Philip Jones Griffiths, 1971.
“O papel do fotojornalismo teve menos censura do que na Segunda Guerra e muitas imagens
serviram como elementos de opinião contrária ao conflito, como as manifestações de pacifismo operadas pelos jovens nos Estados Unidos”
(TOREZANI, 2014, p. 9).
Esquerda: Soldado
vietnamita tenta ajudar companheiro atolado na lama, Vietnã – Larry Burrows, 1962.
Direita: Soldado
vietnamita ameaça vietcong capturado, Vietnã – Larry Burrows, 1962.
Esquerda: Soldado
vietnamita aguarda socorro médico para mulher ferida durante ataque vietcong, Vietnã – Larry Burrows, 1968.
Direita: Membro
da tripulação de helicóptero americano morre durante missão, Vietnã – Larry Burrows, 1965.
Para Jorge Pedro Sousa (2004b,
p. 154), “a Guerra do Vietname, de ‘livre acesso’, talvez a última
ocasião de glória do fotojornalismo, faz nascer vocações. Neste período, nos
Estados Unidos, os fotojornalistas ascendem de dez mil a vinte mil e a Europa
assiste a um fenômeno semelhante”.
Imagens
de Philip Jones Griffiths.
“A Guerra do Vietnã é, de fato, a primeira e a última a ter sido
ampla e livremente fotografada e televisada,
às vezes até em excesso. [...] Muitas vezes vestidos com os mesmos trajes de
combate dos GI, os repórteres atacam com eles, sobem nos helicópteros, e
transmitem seus filmes a partir do front por intermédio dos malotes do
Exército. As máquinas fotográficas e as
objetivas parecem ir ao ritmo dos bombardeios,
dos lança-chamas e das metralhadoras. É a época da Nikon F, uma máquina japonesa 24 mm X 36 mm reflex,
de concepção nova, com múltiplas objetivas e acessórios descartáveis, cujo
material publicitário mostra a imagem do repórter em ação, muitas vezes na lama
e na floresta tropical” (ROUILLÉ, 2009, p. 140).
Imagens
de Don McCullin.
Paul
McCartney, Ringo Star e George Harrison simulam a morte de John Lennon.
Londres, 1968.
1960: Diane Arbus (1923-1971)
iniciou a carreira como fotógrafa de moda, a partir dos anos 60 passou a
fotografar deficientes, aleijados,
travestis, população marginal. Pessoas em que não havia
interesse em serem fotografadas por parte de muitos fotógrafos, problematizando
os estereótipos da moda em contradição as pessoas que estavam fora desse modelo
de beleza e estética a ser fotografado, publicado e visto por todos. Suas imagens revelam seu contato e aproximação com as pessoas,
representa um olhar sem preconceitos, que busca o contexto e a situação vivida
por estas.
“A
escolha obsessiva dos seus modelos reflete uma problemática vital que a levou
ao suicídio” (SOUGEZ, 2001, p. 267).
Esquerda: Criança
com uma granada de brinquedo (1962).
Direita: Gêmeas
idênticas, Roselle (1967).
Para Jorge Pedro Sousa (2004, p. 140), “paradoxalmente,
na fotografia de Diane Arbus os ‘instalados’ são representados de forma algo
ridícula, nem que seja por um trejeito no semblante, enquanto os deserdados do
sistema, ‘a outra metade’, são-no numa perspectiva dignificadora”.
Esquerda: Ator mexicano em seu quarto de hotel (1970).
Direita: Um jovem homem com bobes em casa na West 20th Street (1966).
Arbus ao dar espaço e visão a estas pessoas
pouco retratadas em poses que interrogam o observador e que serve também para
analisar a afirmação destas em vida, colocando-as ao olhar de outras pessoas
para entender que fazem parte e estão inseridos na sociedade que tentava deixar
de lado.
Esquerda: Gigante judeu em sua casa seus pais no Bronx (1970).
Direita: Trigêmeas em seu quarto (1963).
1960: O filme A doce vida, de Federico Fellini, cria
o termo paparazzo, usado
para se referir a fotógrafos intrusivos. Em referência a Paparazzo, o fotógrafo
que pilota uma Vespa no filme. O filme foi em parte inspirado por um famoso
incidente envolvendo um dos paparazzi originais, Tazio Secchiaroli.
1960: O cubano Alberto Díaz Gutiérrez
(1928-2001), conhecido como Alberto
Korda fotografou
Che Guevara durante um funeral coletivo de 75 pessoas
(na explosão do navio-cargueiro francês La Coubre com munição da Bélgica, no porto de
Havana). Deu ao esquerdista italiano Giangiacomo
Feltrinelli duas cópias da foto que disseminou
milhares de pôsteres da imagem. Foi considerada ícone radical, presente em
camisetas e publicidades. Trata-se da
fotografia mais reproduzida da história “Guerrilheiro heroico” (abaixo). Korda, durante nove anos, foi o fotógrafo
oficial do líder Fidel Castro.
O cubano Alberto Korda cursou
faculdade de Administração em Havana. Abriu um estúdio em 1956. A partir de 1953 começou a documentar a
Revolução Cubana. Também fotografou moda e publicidade. De
1959 a 1968 foi o fotógrafo oficial de Fidel Castro e Che Guevara em suas
viagens.
“Em 2000, foi a um tribunal superior de
Londres para reivindicar o copyright de sua famosa fotografia de Che Guevara e
evitar que ela fosse usada em um anúncio da vodca Smirnoff”. Ganhou 50 mil
dólares neste processo e doou para crianças em Cuba.
1960: Astrid Kirchherr (1938)
fotografa os Beatles antes da fama em um parque de diversões
de Hamburgo, chamado "der Dom".
Kirchherr nasceu em Hamburgo, Alemanha, em 1938. Filha de um executivo da
representante alemã da Ford. Durante a Segunda Guerra Mundial, sua família
fugiu para mar Báltico. Testemunhou as ruínas que ficou a cidade de Hamburgo
quando retornaram. Depois da morte de seu pai, foi criada por sua mãe, Nielsa
Kirchherr.
Depois de se formar no colégio, matriculou-se numa Escola de Arte de Hamburgo. Mas demonstrou mesmo ter talento foi
para a fotografia em preto & branco.
1962: O astronauta John Glenn vai para o espaço com uma câmara
fotográfica, uma Ansco Autoset câmera de 35mm. Glenn
foi o
primeiro astronauta norte-americano a entrar
em órbita da Terra, a bordo da cápsula espacial Friendship
7, em 20 de fevereiro de 1962.
John
Glenn aos 77 anos, quando foi pela segunda vez ao espaço, como tripulante do ônibus espacial Discovery.
1962: Andy Warhol, grande artista da pop art, incluiu
a fotografia nas suas técnicas mistas a partir dos anos 60, cria a Marilyn
Monroe e
a série das Latas
de Sopa Campbell
(1965). A pop art tratava dos bens de consumo e da cultura
popular, a vida cotidiana era a inspiração dos trabalhos dos artistas.
Andrew Warhola, mais
conhecido como Andy Warhol, foi um importante artista plástico e cineasta
norte-americano. Nasceu em 6 de agosto de 1928 na cidade de Pittsburgh (Estados Unidos)
e faleceu na mesma cidade em 22 de fevereiro de 1987. É um dos maiores representantes da pop art,
além de ter ganhado grande destaque no cinema de vanguarda e na literatura. Em Nova York trabalhou como ilustrador de revistas de destaque (Vogue
e The New Yorker). Em 1956, vários de seus desenhos foram
expostos no MOMA (Museu de Arte Moderna) em Nova York.
Em 1965, tornou-se o financiador e
gerente da banda de rock The
Velvet Underground. Em 1968, sofreu um atentado ao ser atingido por um tiro disparado por Valerie
Solanis.
Após uma complicada cirurgia, Warhol se recuperou e voltou a vida artística. Em 1969, começou a publicar sua própria
revista (Interview). Em 1987, ele foi operado na vesícula
biliar. A operação correu bem mas Andy Warhol morreu no dia seguinte. Sua frase mais conhecida: ”No futuro todos serão famosos durante
quinze minutos”.
1963: A Kodak coloca no mercado a câmara Instamatic (de
cartucho 126) e filmes a cores ainda mais rápidos.
1963: Malcolm Browne foi o autor da fotografia icônica da
autoimolação de um monge vietnamita. Vencedor de um Pulitzer, em 1964, dedicou grande parte da sua vida a
reportar conflitos. Também foi premiado com a Foto do Ano pela World Press Photo.
Browne foi correspondente da Associated
Press em Saigão,
Vietname,
decidiu responder a uma mensagem de um pagode budista que pedia a alguns
jornalistas internacionais para estarem num determinado local no dia 11 de
junho onde algo “muito importante” iria acontecer.nO monge budista Thich Quang
Duc, com 66 anos, apareceu num movimentado
cruzamento de Saigão e, sentado calmamente, incendiou-se num protesto contra a falta de
liberdade religiosa no Vietnã do Sul, no
governo de Ngo
Dinh
Diem. Depois do funeral, o seu coração estava
intacto. Duc tornou-se um mártir e Browne o autor da fotografia mais icônica
desse período. Diversos monges Budistas seguiram o exemplo de Duc e se autoimolaram. Uma porção da mesma imagem foi usada como
capa do primeiro CD da banda americana Rage Against the Machine.
1964: Robert Jackson (1934) ganha o Prêmio Pulitzer de Fotografia por sua foto de Lee Harvey Oswald sendo assassinado por Jack Ruby. Jackson estava trabalhando como fotógrafo
freelance para o jornal Times Herald em Dallas, no Texas, quando o Presidente Kennedy foi
assassinado em 1963. Em
24 de novembro de 1963, estava esperando no presídio da cidade em uma tarefa de
rotina para fotografar o assassino acusado, Oswald, quando este foi baleado por
Ruby.
Dica de Filme:
Sinopse: Diane Arbus (Nicole Kidman) é considerada por muitos como sendo uma das melhores fotógrafas do século XX. Ao longo de sua carreira Diane voltou sua atenção para o bizarro, o inusitado e o diferente em suas fotos. Um de seus trabalhos foi com Lionel Sweeney (Robert Downey Jr.), que era portador de hipertricose, uma disfunção caracterizada pelo excesso de pêlos em todo o corpo.
Direção: Steven Shainberg, 2007.
Referências:
HACKING, Juliet (editora geral). Tudo sobre fotografia. Tradução de Fabiano Morais, Fernanda
Abreu e Ivo Korytowski.
Rio de Janeiro: Sextante, 2012. Título original: Photography: the whole story.
REVISTA FHOX. Dez. 1999/jan. 2000. Ano
XI. N. 58. São Paulo: Fhox, 1999.
ROUILLÉ, André. A fotografia: entre documento e arte contemporânea.
Tradução de Constancia
Egrejas.
São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2009. Título original: La photographie.
SOUGEZ, Marie-Loup.
História da Fotografia. Tradução de Lourenço Pereira. Lisboa: Dinalivro,
2001. Título original: Historia de la Fotografia.
TOREZANI, Julianna Nascimento. A
fotografia de conflitos: da Primeira Guerra Mundial ao Ataque ao World Trade
Center. In: Anais do XXXVII Congresso
Brasileiro de Ciências da Comunicação. Foz
do Iguaçu, PR: Intercom, 2014. Disponível em: http://www.portcom.intercom.org.br/navegacaoDetalhe.php?id=56193
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