quinta-feira, 9 de abril de 2015

A Fotografia nos Anos 1980 - Parte 1

1980: Annie Leibovitz (1949) faz a última foto de Lennon em 8 de dezembro de 1980, cinco horas antes de ser assassinado com cinco tiros. A foto John Lennon e Yoko Ono (abaixo) foi publicada na capa da revista Rolling Stone como homenagem póstuma em 22 de janeiro de 1981. “Vocês retratou nosso relacionamento exatamente como ele é. Prometa para mim que esta imagem vai ser capa”, Lennon.

 

Annie Leibovitz nasceu em WestportConnecticut,em  2 de outubro de 1949. Como fotógrafa notabilizou-se por fazer retratos, com colaboração íntima entre a retratista e seu retratado. Começou a interessar-se por fotografia após uma viagem de visita a sua família, que estava nas Filipinas.

 
Esquerda: A atriz Whoopi Goldberg em uma banheira com leite.
Direita: Demi Moore pintou um terno em seu corpo para a capa da Vanity Fair, em 1991.

Em 1970, começou a trabalhar na revista Rolling Stone. Em 1971, ela foi nomeada chefe de fotografia da revista, tendo permanecido até 1983. O seu estilo de fotografar as celebridades ajudou a definir o visual da revista.

 
Esquerda: A primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, também participou de um ensaio para a Vogue. Ela foi capa da edição de fevereiro de 2009.
Direita: O ex-líder soviético Mikhail Gorbachev em campanha da marca Louis Vuitton, em agosto de 2007.

Publicou seis livros de fotografias: PhotographsPhotographs 1970-1990American OlympiansWomenAmerican Music e A Photographer’s Life 1999-2007.

 
Esquerda: O bailarino russo Mikhail Baryshnikov na Flórida, em 1990.
Direita: A beleza de Nicole Kidman, 2008.

Atualmente Leibovitz tem trabalhado com artistas como por exemplo Vanessa Hudgens e Zac Efron, para o projeto "Disney Dream Portrait" um projeto da Disney World.

 
Esquerda: A atriz Rachel Weisz como Branca de Neve, em 2007, em campanha para promover o universo de Walt Disney.
Direita: A atriz Meryl Streep, em 1981, aos 32 anos.

1981: A Sony lança a primeira videocâmera, modelo Mavica.


A Sony foi fundada em um dos grandes armazéns bombardeados da cidade de Tóquio, em 7 de maio de 1946, a SONY foi fruto das ideias brilhantes de dois homens geniais. Masaru Ibuka, um engenheiro, e Akio Morita, um físico. “A combinação de duas palavras deu origem ao nome da marca SONY. Uma é a palavra latina“sonus que é a raiz de palavras como som e sônico. A outra é sonny boy”, uma expressão popular utilizada na época, no Japão, e que significava uma pessoa jovem com um espírito livre e pioneiro. As palavras foram utilizadas para mostrar que a SONY era um grupo composto de pessoas jovens com energia e apaixonadas pela criação ilimitada”.


Em 1986, teve o lançamento da CYBERSHOT, câmera digital, DCS-F1 de 0.35 megapixels com lente rotativa de 180 graus e flash. Por exemplo, em 2001, a linha já contava com câmeras de 5.2 megapixels.


Em 2007, a Sony lançou a CYBERSHOT SMILE SHUTTER, câmera digital com a função Smile Shutter, que funciona a partir da tecnologia de detecção de face. Quando o disparador é pressionado até o final, o Smile Shutter reconhece se a pessoa a ser fotografada esta sorrindo. 

1981: A Polaroid cria o filme de slide instântaneo de 35 mm. São eles: PolaPan, PolaGraph e PolaChrome.

PolaChrome: filme de 35mm transparente instantâneo. Descendente do sistema Polavision, usou o mesmo processo de cores aditivas. Foi destinado a ficar transparente depois de um curto período de tempo. Com o Polachrome, a camada negativo preto foi descartada após o processamento.


PolaPan: filme de slide instante monocromático de ASA 200 e 400.


PolaGraph: era um filme de transparência com cores de alto contraste que reproduz temas como gráficos ou diagramas.


1981Sandy Skoglund é fotógrafa, artista de instalações, cenógrafa, aderecista, contadora de história e cheia de imaginação.  Nascida em Massachusetts em 1946. Cria imagens surrealistas através da construção de conjuntos elaborados, com mobiliário colorido cuidadosamente e outros objetos selecionados, um processo que leva meses para ser concluído. Ela fotografa o set com atores. Os trabalhos são caracterizados por uma enorme quantidade de objetos, cores (inclusive monocráticas), formas. Faz parte do corpo docente do Departamento de Artes, Cultura e Comunicação Social da Universidade de Rutgers-Newark, em Jersey City, New Jersey. 


Os gatos de barro pintadas de verde em uma cozinha cinza na obra "Gatos radioativos", 1980 (abaixo). Um homem mais velho se senta em uma cadeira com as costas de frente para a câmera, enquanto sua esposa idosa olha em um refrigerador que é a mesma cor das paredes. 


Seu trabalho de 1980, "Fox Games" (abaixo) tem uma sensação semelhante à Radioativos Cats, que desencadeia a imaginação do espectador se é permitido andar livremente. 


A artista plástica americana Sandy Skoglund (1946) usa animais em suas fotografias encenadas, que ela mesma fabricou em argila e resina. A vingança dos peixinhos dourados (abaixo), feita em 1981, foi exposta como instalação na Galeria Castelli Graphics de Nova York.


Estudou arte de estúdio e história da arte, entre 1964 e 1968. No ano seguinte, cinema, entalhe e arte multimídia. E, em 1972, já era pós-graduada em pintura. Ela se mudou para Nova York no mesmo ano e começou a trabalhar como artista conceitual. De lá para cá ela coleciona projetos, exposições e tem seu nome em várias bibliografias. Uma lista bem grande, que pode ser vista em seu site www.sandyskoglund.com

Esqueda: The Green Room, 1990.
Direita: Raining Popcorn (Chovendo pipoca), 2001.

 
Esquerda: Fresh Hybrid, 2008.
Direita: A artista trabalhando no Fresh Hybrid, 2008.

1981: A Câmara Clara: nota sobre a fotografia, de Roland Barthes (crítico literário francês), é traduzido para o inglês.

 

1981: A francesa Sophie Calle (1953) começa a trabalhar como camareira temporária num hotel veneziano para sua série de dípticos O hotel (abaixo). Ela fotografa objetos encontrados nos quartos de hotel quando os hóspedes estão ausentes. Realiza sua arte por meio de uma participação voyeurista na vida cotidiana, a fim de traçar o perfil de cada um através desses objetos.
 

“Sophie é uma artista conceitual francesa que vem trabalhando uma mesma linha de pensamento desde os anos 80. Suas obras questionam o contraponto entre a nossa vida privada e a pública. Mas, tudo isso é feito de uma maneira que mais que fotógrafa ou artista performática, Calle pode ser tida como escritora. Aliás, a sua matéria-prima gravita sempre em torno de algum tipo de mídia acompanhada de textos”.
Jéssica Parizotto


Em La Filature, de 1981, Calle pediu que sua mãe contratasse um detetive para que a seguisse, fotografasse e registrasse por escrito tudo o que ela fizesse, enquanto isso, ela escreveu um diário sobre o que lhe acontecia e ainda, pediu que um amigo se encarregasse de fotografar o detetive exercendo a sua função. O cruzamento de todas essas histórias dela mesma foi o conteúdo da exposição (abaixo).


Um dos seus trabalhos mais polêmicos foi Adress Book. Sophie foi convidada a escrever para o jornal Libération, tendo encontrado na rua uma caderneta de endereços, ela resolveu escrever um perfil do dono dessa agenda sem conhecê-lo, se valendo apenas de informações dadas pelos contatos de tal lista. Baseada nessa informações ela fez fotos de atividades que o dono da agenda gostava de fazer. Assim, foram publicados 28 artigos que contavam a vida de um desconhecido, mas o desconhecido não gostou nada disso e processou a artista (abaixo).



Em Les Tombes (abaixo), de 1990, ela trabalha sobre uma ausência reduplicada, fotografando túmulos sem nomes, onde apenas se lê algum tipo de parentesco (mãe, pai, irmã).


Em 1997, inspirada por um romance de Paul Aster, Sophie Calle cria e fotografa sete refeições coordenadas por cores, obra que batiza de  A dieta cromática (abaixo).



Em Une jeune femme disparît, de 2003, Calle apresenta uma série de documentos sobre Bénédicte Vincens, funcionária do Centro Georges Pompidou, conhecedora e admiradora do trabalho da artista, que desapareceu logo após o incêndio de seu apartamento (abaixo). Ao lado de fotos feitas por Calle do apartamento destruído, apresenta-se uma série de cópias-contato de negativos encontrados no local, parcialmente derretidos pelo fogo, mas que ainda são capazes de fazer referência a pessoas e lugares ligados à vida de Benedicte.


“Cuide de você” em francês era a frase final do email enviado pelo escritor Grégoire Bouillier rompendo o romance com ela. “Levei essa afirmação ao pé da letra, disse Calle que convidou 107 mulheres para interpretarem a carta e com esse material criou uma instalação com textos, fotografias e vídeos em 2007, apresentada na Bienal de Veneza, passou por Nova York e Brasil (em 2009). A primeira imagem abaixo mostra Calle com a projeção da carta no corpo.

 

1981: As fotografias da americana Susan Meiselas (1948) da revolução na Nicarágua são publicadas no livro fotográfico Nicarágua 1978-1979. Ela documentou as violações dos direitos humanos pela ditadura de Anastasio Somoza contra os revolucionários sandinistas. A foto Nicarágua, Manágua mostra uma paisagem e um corpo em decomposição, devorado por abutres. Por este trabalho recebeu a Medalha de Ouro Robert Capa em 1979.

 

Esquerda: Cuesta del Plomo, morro na perifeira de Manágua, notório local de muitos assassinatos perpetrados pela Guarda Nacional.
Direita: Corpo de guarda nacional, morto durante a tomada de Jinotepe, sendo queimado com o retrato oficial do estado do presidente Somoza, de 1979.

Esquerda: Masaya. 1979. Na estrada para Manágua.
Direita: Manágua. 20 de julho de 1979. Ao entrar na praça central em Manágua para comemorar a vitória.


Sua primeira grande série, Carnival Strippers, foi publicada em 1976, no que se associou à Magnum. Em 1984, recebeu Prêmio Hasselblad.

Esquerda: EUA. Tunbridge, Vermont. 1975. Concorrendo para os clientes.
Direita: USA. Tunbridge, Vermont. 1974. The Bally call.

 
Esquerda: EUA. Essex Junction, Vermont. 1973. Lena no Box Bally.
Direita: EUA. Tunbridge, Vermont. 1974. Tentful de marcas.

Dica de Filme:


Sinopse: Annie Leibovitz nasceu em 1949 e é um dos mais famosos nomes no ramo da fotografia das três últimas décadas. A fotógrafa possui um trabalho variado: retrata o glamour e a riqueza em revistas de moda e comportamento ao mesmo tempo em que capta os horrores praticados nos combates militares. O documentário traz para o cinema um acompanhamento do processo de sua criação artística, como o momento no set de filmagem de Maria Antonieta, as experiências da carreira, sua relação com a fama e a vida em família.
Direção: Barbara Leibovitz, 2007.

Referências:
HACKING, Juliet (editora geral). Tudo sobre fotografia. Tradução de Fabiano Morais, Fernanda Abreu e Ivo Korytowski. Rio de Janeiro: Sextante, 2012. Título original: Photography: the whole story.
REVISTA FHOX. Dez. 1999/jan. 2000. Ano XI. N. 58. São Paulo: Fhox, 1999.

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