1950: Robert Doisneau nasceu no dia 14 de abril
de 1912 em Gentilly, Val-de-Marne, um subúrbio de Paris, numa família de classe
trabalhadora. Em 1929, formou-se na École Estienne e começou a trabalhar como
desenhista de design no Atelier Ullmann. Foi assistente do artista André Vigneu
em 1931, quando conheceu os artistas vanguardistas Man Ray e Jacques Prévert. Em
25 de setembro de 1932, a primeira reportagem foi publicada no jornal francês L’Excelsior.
Em 1934, trabalhou como fotógrafo publicitário/industrial para a fábrica da Renault em Billancourt por 5 anos (demitido por causa de seus atrasos constantes).
Alistou-se no Exército francês logo no início da Segunda Guerra
Mundial, em 1939. Doisneau abandonou o Exército para se juntar à Resistência
Francesa, utilizando suas habilidades como fotógrafo para fornecer documentos
forjados a seus membros durante a ocupação alemã. Fotografou a ocupação e a
libertação de Paris.
Esquerda: Ocupação de Paris - Alerta aéreo, Boulevard
de Strasbourg.
Direita: Resistência dos franceses - Os FFI de Ménilmontant,
agosto de 1944.
Esquerda: Liberação - O beijo no marinheiro, 26 de
agosto de 1944.
Direita: Manifestações - Primeiro voto feminino, 29 de
abril de 1945.
Associou-se à Rapho em 1946, dirigida por Raymond Grosset, colaboração
que durará quase 50 anos. Em 1947, Doisneau ganhou o Prêmio Kodak de Fotografia
e logo começou a receber encomendas das revistas Life e Vogue. Assinou
sua primeira publicação para Vogue, revista na qual trabalhou de 1949
até 1951. Doisneau não ganhou fama com a fotografia de moda, mas pelas imagens
a vida suburbana parisiense. Em 1952, passou a usar uma Leica, ao invés da sua
antiga Rolleiflex. Em 1956, ganhou o
Prêmio Niépce de Fotografia.
Esquerda: Gárgulas da Notre-Dame, abril de 1969.
Direita: O inferno, 1952.
Na década de 1960, Doisneau fez fotomontagem e cores, como exemplo a
série Palm Springs, para a revista Fortune (abaixo). Nos
anos 1970, retorna ao seu tema banlieues (subúrbios). Em 1979, Claude
Nori publica uma retrospectiva de sua obra em “Três segundos de eternidade”.
Em 1982, fez a exposição de retratos em Tóquio e em Nova York. Em 1983,
fez a exposição no Palácio de Belas-Artes de Pequim. Recebeu o Grande Prêmio
Nacional da Fotografia. Em 1984, foi designado Cavaleiro pela Ordem Nacional da
Legião de Honra. E participou da Missão Fotográfica da Datar (Délégation à
l’Aménagement du Territoire et à l’Action Régionale). Em 1986, teve a exposição
Un Certain Robert Doisneau, Crédit Foncier de France. Em 25 de setembro
de 1993, Doisneau fez sua última foto. Morreu em 1 de abril de 1994 de
pancreatite aguda aos 81 anos, seis meses depois de Pierrette, sua esposa.
Esquerda: Os aventais da Rue
de Rivoli,
1978.
Direita: Beijos de capacete, 1966.
Grande conhecedor dos subúrbios de Paris e suas imagens demonstram
ternura e humor. Fez da fotografia jornalística, a fotografia artística,
registrando a vida social das pessoas em Paris e seus arredores. Doisneau
deixou cerca de 450 mil negativos, são
imagens que demonstram as ruas, os cafés, as pessoas, os circos, os ciganos, os
teatros, várias cenas de Paris em mais de 20 livros.
Esquerda: Paris às margens do Sena - Pont
de l’ena,
1945.
Direita: Cabarés, music-halls e boates - Bebop
numa cave, 1951.
O beijo do Hôtel de
Ville (abaixo) é uma das imagens mais famosas do francês Robert
Doisneau. Faz parte da série de fotografias para uma matéria cujo tema era
casais enamorados em Paris, publicada na revista Life em junho de 1950. “Baiser de l’Hôtel de Ville”
resulta de uma encenação com o o casal formado pelos estudantes de arte
dramática, Françoise Bornet e Jacques Carteaud dos Cursos Simon. Visto em
cartazes, cartões-postais e pôsteres no mundo até hoje. Do cartaz do ‘beijo’
venderam-se mais de 500.000 exemplares em todo mundo. Foi exposta em 1951 no
Museu de Arte Moderna de Nova York. O retrato foi protagonista da campanha para
os Jogos Olímpicos 2012 de Paris.
“Lembro-me de Paris boinas e
chapéus-coco e de Paris revoltada, Paris humilhada, Paris carolas-burguesas,
Paris putas, mas Paris secreta e também Paris barricadas, Paris embriagada de
alegria, e, agora, Paris carros, Paris tramoias, Paris jogging...”
Robert Doisneau
Place
Vendôme
à noite, 1949.
“As maravilhas da vida
cotidiana são tão emocionantes. Nenhum diretor de filmes pode organizar o
inesperado que você encontra na rua”.
Robert Doisneau
Coco Chanel no espelho, 1953.
“Eu não fotografo a vida como
ela é, mas a vida como eu gostaria que fosse”.
Robert Doisneau
Site oficial: http://www.robert-doisneau.com/fr/
Referências:
DOISNEAU, Robert. Paris Doisneau. Tradução de
Célia Euvaldo. São Paulo: Cosac Naify, 2012.
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