1901-1919: Fotossecessão, Autocromia, Leica, Primeira Guerra Mundial, Viagens à Antártida
1902: Criação da Fotossecessão pelo americano nascido
em Nova Jersey Alfred Stieglitz (1864-1946), fotografia artística
americana. Criou a revista do Camera Club de Nova York, a Camera Notes (1897)
e depois a Camera Work (1903). Grupo composto por Edward Steichen, Frank Eugene,
Alvin Langdon Coburn, George H. Seeley e outros.
“Seu objetivo foi mostrar que a fotografia era uma entidade autônoma: em vez de tentar imitar a arte do passado, a fotografia deveria simplesmente ser a forma principal de arte do século XX e além” (TUDO SOBRE FOTOGRAFIA, 2012, p. 176-177).
A terceira classe, de Alfred Stieglitz, junho de
1907, primeira obra modernista do autor. Forte contraste social.
O livro ilustrado, Gertrude
Käsebier, 1902.
O Polvo, Alvin Langdon Coburn, 1909.
O terminal de Alfred Stieglitz foi
tirada na extremidade sul da rota do bonde do Harlem na Quinta Avenida, usando
uma câmera Folmer and Schwing à prova d’água de 10,16 X 12,7 cm, que permitia
capturar movimentos e condições atmosféricas em ambientes com pouca luz.
O terminal, de Alfred Stieglitz,
fotogravura de 1893.
Chuvas de Primavera
de Alfred Stieglitz mostra que ele fez
imagens das ruas de Nova York, fotografando à noite ou sob clima úmido,
brumoso. A composição desta imagem, impressa em velino japonês grosso e semitranslúcido (couro) ,
mostra a influência da arte japonesa, muito em voga na época.
Chuvas de Primavera, de Alfred
Stieglitz, 1900.
1904: London Daily Mirror é o primeiro jornal a ser
ilustrado exclusivamente com fotos.
1906: Os irmãos Louis
Jean e Auguste Lumière, apresentam os primeiros filmes para revelação a
cores (Autochrome), que já não precisavam de uma tripla exposição (não era
necessário se bater 3 diferentes chapas da mesma fotografia) através de uma
câmera especial. Primeiro processo colorido aditivo. É o primeiro processo
industrial de produção de fotografias coloridas, o Autochrome Lumière, com as
chapas de autocromia. O segredo estava no “filme” que, empregavam uma chapa de
vidro coberta de grãos microscópicos de amido de batata, cada um tingido de
vermelho-laranja, verde ou roxo-azul-violeta. A luz refletida devia passar
antes de impressionar a película fotográfica. Observada com uma lupa ou
ampliada, a fotografia autocromática dá a impressão visual que uma pintura
pontilhista. Essa idéia de juntar partículas de cores diferentes no próprio
filme é a que se adota ainda hoje.
Auguste e Louis Lumiére.
1906-1908: George
Albert Smith (1864-1959) e Charles Urban
(1867-1942) desenvolvem o primeiro processo fotográfico colorido bem
sucedido, o Kinemacolor. A câmera do Kinemacolor expõe filme preto
e branco alternando através dos filtros vermelho e verde para fazer dois
registros.
1910: O inglês Herbert
Ponting (1870-1935) ingressa na Expedição Antártica Britânica como
fotógrafo e cinegrafista oficial. Utilizou chapas de vidro e fez 1700 imagens.
Acompanhou o capitão Robert Falcon Scott.
Gruta num iceberg, o Terra Nova a distância.
Gelatina e prata.
1911: Oscar
Barnack (1879-1936), engenheiro alemão, desenvolve o primeiro modelo de uma
câmara de 35 mm. É a Leica que só vai ser produzida em grande escala depois da
Primeira Guerra Mundial.
1914: Edward
Jean Steichen (1890-1973), nasceu em Luxemburgo e tornou-se cidadão dos
Estados Unidos em 1900. Fez parte da Photo-Secession e trabalhou com Alfred
Stieglitz na Camera Work. Foi
fotógrafo do Exército americano na Primeira Guerra Mundial. Atuou como
fotógrafo aéreo e fez retratos pictorialistas, além de fotografia publicitária
e de moda trabalhando nas revistas Vanity Fair e Vogue. Em 1923,
quando começou a trabalhar para Condé Nast causou revolta em seu colega
fotógrafo Alfred Stieglitz. Edward Jean Steichen dedicou-se a fotografia cada vez
mais exigente do ponto de vista técnico. Produziu mais de 1000 retratos de
celebridades, como Winston Churchill, Rodolfo Valentino, George Bernard Shaw,
Henri Matisse e Greta Garbo.
A Lagoa/O Luar, por Edward Steichen (1904)
foi vendida por US$ 2,9 milhões.
Gloria Swanson, 1924. Atriz considerada estrela do cinema mudo.
Charlie Chaplin, New York, 1925.
1914-1918:
“A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) criou um grande fluxo de produção
fotográfica gerando inúmeras publicações e suplementos ilustrados entre os
opositores: de um lado os Aliados (Reino Unido, França e Rússia) e do outro a
Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália). Resultou ao fim da
guerra na dissolução dos impérios alemão, russo, otomano e astro-húngaro que
brigaram por questões econômicas e políticas. Para cobrir este conflito,
veículos de comunicação dos Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido
tinham seu staff de fotógrafos, em que no final da guerra parte dos
jornais tinha sua equipe própria” (TOREZANI, p. 2014, p. 3-4).
“Esta guerra foi ‘facilmente’ fotografada, uma vez
que, ocorreu nas trincheiras, diferente da Segunda Guerra, outro uso da
fotografia foi como um método auxiliar de reconhecimento aéreo” (TOREZANI, p.
2014, p. 4).
“Durante a Primeira Guerra Mundial, a fotografia foi utilizada como instrumento táctico: desenvolveu-se a prática das fotografias aéreas, se bem que a maior parte da informação gráfica publicada na imprensa tenha sido feita por desenhadores” (SOUGEZ, 2001, p. 235).
Tropas russas –
1915.
Natal durante a
Primeira Guerra Mundial, soldados germânicos, Bélgica – 1915.
Soldado americano filmando dentro de uma trincheira – 1918.
Soldados germânicos lendo jornal na trincheira, 1918.
Imagem de Viktor Bulla. Tropas do governo atirando em manifestantes, esquina de Nevsky Prospekt
e Rua Sadovaya, São Petersburgo, Rússia, 1917.
Vaux #2, After Attack, 1918. Plane takes off from an American aircraft
Imagem de Edward Steichen. carrier, World War II. Imagem de Edward Steichen.
1915: A Expedição
Transatlântica Imperial de Shackleton chefiada pelo Sir Ernest Shackleton
partiu de Londres em 1º de agosto de 1914, dias antes do início da Primeira
Grande Guerra, mesmo assim recebe autorização de Winston Churchill para
continuar a viagem. A equipe comandada pelo Shackleton tinha 27 pessoas,
marinheiros, pesquisadores e o fotógrafo australiano Frank Hurley
(1885-1962). Os tripulantes só retornam em 1917.
Veja postagem especial sobre esta
expedição!
1916: Ansel
Adams (1902-1984), nasceu em Sâo Francisco, Estados Unidos, começou a
fotografar em 1916 tirando fotos do Vale de Yosemite. Foi defensor da
fotografia direta na Costa Oeste, criou o método para controle da exposição e
revelação chamado Sistema de Zonas. Voltado inicialmente para a música, se
dedicou à fotografia quando publicou um álbum onde procurava imitar a pintura
impressionista, com efeitos suaves, obtidos no laboratório (1927). Teve
influência do fotógrafo americano Paul Strand. Ajudou a fundar o primeiro
acervo museológico de fotografias no mundo, o do Museu de Arte Moderna de Nova
York (1940) e começou a produzir murais para o governo dos Estados Unidos
(1941).
Criou o sistema de zonas, método para determinar com
precisão o tom de cada parte da cena fotografada na cópia final. Na Escola de
Belas-Artes de San Francisco criou o primeiro curso universitário de
fotografia. Dedicado à conservação da natureza desde jovem, muitos de seus
livros são apelos em favor da proteção ambiental, como Making a Photograph (1935),
My Camera in the National Parks (1950), This Is the American Earth (1960)
e Photographs of the Southwest (1976). Morreu em Carmel, Califórnia.
“Sobretudo as suas paisagens californianas são composições muito depuradas, em que dominam as linhas horizontais e verticais, cujo rigor e harmonia parecem directamente herdados da sua formação musical” (SOUGEZ, 2001, p. 248).
Nascer da lua, Henandez, Novo México (1941).
1917:
A Nippon Kogaku Kogyo Kabushikigaisha, que se tornaria a Nikon, é fundada
em Tóquio, Japão.
Dica de Filme: “Ansel Adams: um documentário”.
Sinopse: Poucos artistas conquistaram maior plateia ou experimentaram
maior popularidade em vida do que Ansel Adams. A obra do fotógrafo sempre girou
em torno da beleza e da fragilidade da terra americana, do laço inseparável
entre homem e natureza e da nossa obrigação moral para com o futuro de nossas
terras. Reunindo imagens de arquivo, textos do próprio artista e entrevistas
com especialistas, familiares e amigos, o documentário conta a história do
visionário fotógrafo dedicado à causa ambiental.
Direção: Ric Burns, 2002.
Referências:
BUITONI,
Dulcilia Schroeder. Fotografia e jornalismo: a informação pela imagem.
São Paulo: Saraiva, 2011. (Coleção: Introdução ao jornalismo; v. 6).
HACKING,
Juliet (editora geral). Tudo sobre fotografia. Tradução de Fabiano
Morais, Fernanda Abreu e Ivo Korytowski. Rio de Janeiro: Sextante, 2012. Título
original: Photography: the whole story.
REVISTA
FHOX. Dez. 1999/jan. 2000. Ano XI. N. 58. São Paulo: Fhox, 1999.
SOUGEZ,
Marie-Loup. História da Fotografia. Tradução de Lourenço Pereira.
Lisboa: Dinalivro, 2001. Título original: Historia de la Fotografia.
TOREZANI, Julianna Nascimento. A fotografia de conflitos: da Primeira
Guerra Mundial ao Ataque ao World Trade Center. In: Anais do XXXVII
Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Foz do Iguaçu, PR:
Intercom, 2014. Disponível em: http://www.portcom.intercom.org.br/navegacaoDetalhe.php?id=56193
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