1870: Prudent Dagron aperfeiçoa a
microfotografia. O termo se refere a técnica de obtenção de imagens
fotográficas em tamanho microscópio e a fotografia obtida por esse meio. A microfotografia,
conhecida desde a década de 1850, era produzida como “curiosidade” até
1870-1871, quando foi convertida em um importante instrumento de comunicação
durante a Comuna de Paris, ao permitir a redução e o transporte de milhares de
mensagens com o uso de pombos e balões. Fez imagens com colódio úmido.
Texto: Dépêches par pigeons voyageurs, Prudent René Dagron, 1870–1871.
Imagem: Dêpêche microscopique pour la poste par pigeon voyageur, Prudent René Dagron, 1870.
1871: O médico e microcopista
inglês Richard Leach Maddox (1816-1902) cria as primeiras placas secas à
base de gelatina e brometo de prata (gelatinobrometo), processo que seria a
partir de então sucessivamente aperfeiçoado, inventou assim a primeira chapa
manipulável agora chamada de chapa seca. O processo que
substitui o colódio úmido é publicado no British Journal of Photograph,
em setembro. A partir de então foi possível fotografar o movimento (tempo de
exposição de 1/2 segundo) e o design das câmeras é aprimorado, ou seja, ficam
menores, mais leves e mais próximas ainda das pessoas.
1873: William
Willis registra a patente da platinotipia. Trata-se de um processo para a
obtenção de cópias fotográficas em papéis cuja emulsão, ao invés dos sais de
prata, continha platina e sais de ferro, também sensíveis à luz. Embora a
preparação desses papéis fosse mais complexa e um tanto dispendiosa, na platinotipia
a imagem final, incorporada à própria textura do papel, apresentava ampla
variedade de tons e grande durabilidade.
1877: O francês Émile
Reynaud inventa o praxinoscópio, apresentado na Exposição Universal de
Paris no ano seguinte.
1877: George
Eastman (1854-1923) tinha 23 anos de idade e era funcionário de um banco
situado em Rochester, Nova York, quando comprou o equipamento necessário ao
processo de colódio úmido e começou a ter aulas com um profissional, em sua
cidade. Contudo, sentia uma crescente insatisfação com aquele processo confuso,
trabalhoso e dispendioso _ “parecia-me não ser necessário carregar tanto quanto
uma mula de carga” _ observou ele. Depois de ler um artigo sobre a emulsão de
gelatina sensível, no British Journal of Photography, decidiu
experimentar o novo método.
George Eastman a bordo do SS Gallia, Frederick Church, 1890.
1878: O inglês Eadweard
Muybridge (1830-1904) com o uso de 24 câmaras fotográficas em fileira e
negativos de colódio úmido, através da cronofotografia, registra o galope de um
cavalo numa seqüência que se tornaria célebre, registrando assim ciclos de
movimentos. Essa experiência foi feita para descobrir se o cavalo mantinha, em
algum momento, as quatro patas fora do chão.
“Em 1878, Muybridge, de volta a São Francisco, fez a série de fotografias da égua Sallie Gardner com 24 câmaras colocadas em fila, cujos obturadores eram activados por fios que eram cortados pela égua ao passar” (SOUGEZ, 2001, p. 176).
1879: George Eastman
e J. W. Swan inventam uma máquina para emulsionar placas, ou seja,
aplicar o gelatinobrometo de maneira homogênea. Foi com a introdução da máquina
fotográfica de filme de rolo flexível que a fotografia tornou-se um tanto mais
barata. Eastman patenteou o invento em 1879 na Inglaterra e em 1880 nos Estados
Unidos.
- Em 1881, foi criada nos Estados Unidos a Eastman Dry Plate Company (Companhia Eastman de Chapas Secas).
- Em 1883, ocorre a introdução de aparelhos fotográficos de pequeno formato utilizando placas secas e rolos de filme (com 24 chapas, com base de papel e gelatina) pela firma Kodak de Eastman e consequente separação das operações de tomada de vistas e de revelação.
- Em 1884, Eastman produz os primeiros papéis fotográficos negativos flexíveis.
- Em 1885, A empresa Eastman Dry Plate Company faz o primeiro filme negativo transparente.
- Em 1886, a Eastman Dry Plate Company passa chamar-se Kodak.
“Não se trata de um nome ou palavra estrangeira; foi criado por mim para servir a um propósito. Possui os seguintes méritos do nome de uma marca registrada: primeiro, é curto; segundo, é impossível pronunciá-lo errado; terceiro, não se parece com nada no ramo e não pode ser associado a nada que exista nele”.
George Eastman apud Tudo sobre fotografia, 2012, p. 159
George Eastman J. W. Swan
1880:
A carte cabinet, que mede aproximadamente 11 X 15 cm, ultrapassa
em número as cartes de visite.
“Os cenários se tornaram mais variados, especialmente para retratos de rostos ou bustos, incorporando objetos cênicos complexos, como balanços ou até barcos” (TUDO SOBRE FOTOGRAFIA, 2012, p. 101).
1882: O alemão Georg
Meisenbach registra a patente de seu método de obtenção do meio-tom,
decisivo para a impressão simultânea do texto e de fotografias. A fotografia em
meio-tom é aquela que apresenta os tons do meio da escala do preto ao branco,
com gradações entre o claro e o escuro, o que lhe confere uma tonalidade
cinzenta e suave. Decompondo a imagem fotográfica e uma infinidade de pontos ou
valores tonais, a impressão em meio-tom ou autotipia foi usada comercialmente a
partir de 1880, como recurso prático e econômico para a reprodução fotomecânica
por meio de prensas tipográficas. A autotipia é uma imagem reproduzida através
de retícula de vidro, gravada numa chapa denominada clichê.
A Catedral de Osnabrück. Autotype de George
Meisenbach 1890.
Primeira reprodução fotográfica num jornal,
c.1880.
1882: Etienne-Jules
Marey (1830-1904), fisiologista francês, desenvolve o uso da
cronofotografia para estudos científicos em torno do movimento. A câmara era
semelhante a um rifle e registrava 12 fotos sucessivas por segundo, chamada de
“fuzil fotográfico”, feito para capturar vídeo de aves em vôo, cada uma com
exposição de 1/720 de segundo. O comprimento do cano foi ajustado para alterar
o foco, antes de ser literalmente mirado para animais. Marey buscou obter em um
único quadro o movimento. As imagens eram registradas em um disco (embutido na
arma) que continha 12 quadros, ou em um cilindro externo com placas sensíveis.
1883:
Ottomar Anschütz (1846-1907) desenvolve um obturador de plano focal
(patenteado em 1888) para exposições de até 1/1.000 segundo.
1884:
A empresa Rochester Optical divulga a criação de visor menor de câmara no
formato 5X8 cm.
Dica
de Filme 1:
George Eastman: The Wizard of Photography
Diretor: James A.
DeVinney, 2000.
Dica de Filme 2:
Sinopse: No início do século XXI, uma grande corporação
desenvolve um robô que é mais forte e ágil que o ser humano e se equiparando em
inteligência. São conhecidos como replicantes e utilizados como escravos na
colonização e exploração de outros planetas. Mas, quando um grupo dos robôs
mais evoluídos provoca um motim, em uma colônia fora da Terra, este incidente
faz os replicantes serem considerados ilegais na Terra, sob pena de morte. A
partir de então, policiais de um esquadrão de elite, conhecidos como Blade Runner,
têm ordem de atirar para matar em replicantes encontrados na Terra, mas tal ato
não é chamado de execução e sim de remoção. Até que, em novembro de 2019, em
Los Angeles, quando cinco replicantes chegam à Terra, um ex-Blade Runner
(Harrison Ford) é encarregado de caçá-los.
Direção: Ridley Scott, 1982.
Referências:
BUITONI,
Dulcilia Schroeder. Fotografia e jornalismo: a informação pela imagem.
São Paulo: Saraiva, 2011. (Coleção: Introdução ao jornalismo; v. 6).
HACKING,
Juliet (editora geral). Tudo sobre fotografia. Tradução de Fabiano
Morais, Fernanda Abreu e Ivo Korytowski. Rio de Janeiro: Sextante, 2012. Título
original: Photography: the whole story.
OLIVEIRA,
Erivam Morais de; VICENTINI, Ari. Fotojornalismo: uma viagem entre o
analógico e o digital. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
REVISTA
FHOX. Dez. 1999/jan. 2000. Ano XI. N. 58. São Paulo: Fhox, 1999.
SENAC. DN. Fotógrafo:
o olhar, a técnica e o trabalho. Rose Zuanetti; Elizabeth Real, Nelson
Martins et al. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2004.
SOUGEZ,
Marie-Loup. História da Fotografia. Tradução de Lourenço Pereira.
Lisboa: Dinalivro, 2001. Título original: Historia de la Fotografia.
TURAZZI,
Maria Inez; FUNARTE. Poses e trejeitos: a fotografia e as exposições na
era do espetáculo (1839/1889). Rio de Janeiro: FUNARTE: Rocco, 1995.
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