1852: Fotografia (daguerreótipo) da lua, obtida por John
Adams Whipple, de Massachusetts, através de um telescópio da Universidade
de Harvard. Ele é exibido na Grande Exposição de Londres.
1853: Hamilton Smith
e Archer desenvolvem o ferrótipo ou tintipo, processo fotográfico direto
sobre placa metálica, semelhante ao ambrótipo, pelo qual se obtém uma imagem
única, vista em positivo, usando-se uma camada de colódio úmido sobre uma fina
placa de ferro, revestida de esmalte preto ou marrom para que a imagem seja
vista em positivo.
1853: J. B.
Dancer, na Grã-Bretanha, desenvolve a câmara fotográfica estereoscópica de
duas objetivas.
1854: André
Adolphe Eugène Disdéri (1819-1890), o criador do formato carte de visite
(6 X 9,5 cm aproximadamente) patenteia seu invento na França com câmera de
quatro lentes. Reduzindo a um quinto o preço do retrato fotográfico, o modismo
do carte de visite transforma a fotografia em consumo de massas como uma
indústria. Prática do retoque do negativo:
“As caras são cuidadosamente alisadas, não ficam rugas nem defeitos” (SOUGEZ, 2001, p. 122-123).
“A carte de visite permitia que até oito pequenos retratos diferentes fossem tirados em uma só placa, o que fazia com que cada pose fosse mais rápida, mais barata e mais fácil de compor, pois oito imagens podiam ser produzidas de uma só vez”.Tudo sobre fotografia (2012, p. 101)
“Cartes de visite frisavam uma identidade socialmente construída, localizada não no rosto, como um espelho da alma, mas na apresentação de corpo inteiro”.Tudo sobre fotografia (2012, p. 102)
“A cobertura fotográfica das guerras está totalmente ligada ao fotojornalismo, uma vez que a primeira fotorreportagem se deve ao trabalho realizado no século XIX da Guerra da Criméia (1854-1855), em que Roger Fenton, James Robertson e Carol Popp de Szathmari utilizando câmera escura e o processo do colódio úmido capturaram cenas que mostravam os soldados descansando e se alimentando, ao invés de fotografias de batalha, isto em função da encomenda feita pelo editor do jornal inglês The Illustrated London News, chamado Thomas Agnew. Esta guerra ocorreu em função de que a Grã-Bretanha, a França e a Turquia estavam lutando contra a Rússia na península da Criméia, no Mar Negro, que buscava expansão territorial. Com o retorno deste ato em 2014” (TOREZANI, 2014, p. 02).
Roger Fenton.
Cossack Bay, Balaklava,
1855.
“A fotografia do inglês Fenton (1819-1869), que foi considerado o primeiro repórter fotográfico da história (SOUGEZ, 2001), intitulada Vale da Sombra da Morte, mostrava um campo de batalha sem cadáveres, mas cheio de balas de canhões e projéteis que se estendiam como um rio” (TOREZANI, 2014, p. 02).
“Vale da sombra da morte”,
Roger Fenton, 1855.
“Os negativos de vidro em colódio úmido de Fenton eram difíceis de produzir e precisavam ser preparados no escuro, pouco antes da exposição, e revelados logo em seguida, antes que o éter e o álcool evaporassem. Uma sala escura portátil era necessária para que ele pudesse trabalhar nos campos de batalha de Crimeia, de modo que Fenton adaptou a antiga caminhonete de entregas de um comerciante de vinhos”.Tudo sobre fotografia (2012, p. 52-53)
1858: O francês Nadar
(Gaspar Félix Tournachon, 1820-1910), sobrevoando Paris no interior de um
balão, realiza a primeira fotografia aérea do mundo. Foi um fotógrafo que usou
a câmera criativamente, como algo diferente da função retratista. Acentuava as
poses e os gestos das pessoas que fotografava querendo mostrar o caráter da
pessoa. Nadar foi responsável, também, pelas primeiras fotografias
subterrâneas, nas catacumbas e esgotos de Paris, utilizando pela primeira vez a
luz elétrica e manequins substituindo as pessoas, devido a excessivo tempo de
exposição, que era em média de 18 minutos.
A atriz Sarah Bernhardt, fotografada
por Nadar em 1864.
1861: O
engenheiro químico Alphonse-Louis Poitevin (1819-1882) registra o
processo à carvão que, além de facilitar o retoque da fotografia,
caracterizava-se pela grande estabilidade da imagem. As fotografias a carvão
(ou au charbon) têm esse nome porque no seu processamento utilizava-se
uma camada de gelatina bicromatada sobre o papel fotográfico à qual se
adicionava como pigmento o carvão vegetal em pó. Em 1862, Poitevin ganhou o
prêmio de 2000 francos da Sociedade Francesa de Fotografia e, em 1867, ganhou
outro prêmio no valor de 8000 francos por conta da fotolitografia.
1861:
Thomas Sutton inventa a reflex. A câmara possui uma lente
simples.
1861: Na Guerra
Civil que convulsiona os Estados Unidos, uma legião de fotógrafos, liderados
por Mathew Brady (1823-1896), registra o conflito. Durante a Guerra Civil
Americana, mais de 1.400 fotógrafos realizam imagens relacionadas ao conflito.
A maioria delas é feita do lado da União.
“Mas, o grande evento que foi fotografado no século XIX foi a Guerra Civil Americana ou Guerra de Secessão (1861-1865), coberto por inúmeros fotógrafos entre eles Mathew Brady (1823-1896), Alexander Gardner (1821-1882), George Barnard (1819-1902) e Timothy O’Sullivan (1840-1882). Esta guerra apresenta por um lado os estados da União (estados livres do norte, lado industrial) e do outro a Confederação (estados do sul, escravocrata), os estados do norte ganharam a guerra e aboliram a escravidão no país, que teve como impulsionador da causa o presidente Abraham Lincoln” (TOREZANI, 2014, p. 2-3).
Mathew Brady
Uma colheita da morte, Gettysburg, Pensilvânia
Fotografia de Timothy H. O’Sullivan, 1863.
1863: Julia
Margaret Cameron (1815-1879), a mais notável retratista ‘inglesa’ do século
passado, nascida em Calcutá, realiza um série de fotografias da sua família e
de amigos num estilo próximo dos pintores. Utilizava de maneira muito criativa
a luz e começou a fotografar aos 48 anos. Fotografou pessoas famosas, como
Charles Darwin e Sir John Herschel. Cameron costumava retratar as mulheres como
heroínas trágicas, com sua beleza triste e firmeza moral. O mais importante
retrato foi de Annie Philpot (1864).
A foto é Beatrice de 1866 foi em homenagem a Beatrice Cencil que foi
enforcada em Roma em 1599 por ter encomendado a morte de seu pai, Conde
Francesco, que abusava dela. O público viu em sua figura um símbolo de
resistência aos abusos de poder da aristocracia masculina.
Annie Philpot Beatrice
1864:
Walter Bentley Woodbury inventa um processo de reprodução fotomecânica
conhecida por woodburytipia ou fotogliptia. Empregando uma chapa de chumbo como
matriz com gelatina bicromatada. Através de procedimentos fotomecânicos
variados, a fotogliptia era um método de impressão complexo que resultava em
imagens de alta qualidade, tendo sido empregado comercialmente a partir da
década de 1870. O processo permitia tirar mais de 15000 cópias a partir da
matriz primitiva, mas era de difícil manejo e ficava dispendioso.
1869: O francês Louis
Ducos du Hauron (1837-1920) tira a primeira fotografia colorida e escreve
livros sobre o sistema da fotografia colorida: “Memória sobre as sensações
luminosas” e “Solução física do problema da reprodução das cores pela
fotografia”. A solução baseava-se na decomposição das três cores primárias
através de corantes (vermelho, amarelo e azul) por síntese aditiva.
Natureza-morta com galo, 1879.
Dica de Filme:
Sinopse: Baseado no livro “Team of Rivals: The Genius of
Abraham Lincoln”, de Doris Kearns Goodwin, o filme se passa durante a Guerra
Civil norte-americana, que acabou com a vitória do Norte. Ao mesmo tempo em que
se preocupava com o conflito, o o 16º presidente norte-americano, Abraham
Lincoln (Daniel Day-Lewis), travava uma batalha ainda mais difícil em
Washington. Ao lado de seus colegas de partido, ele tentava passar uma emenda à
Constituição dos Estados Unidos que acabava com a escravidão.
Direção: Steven Spielberg, 2013.
Referências:
HACKING,
Juliet (editora geral). Tudo sobre fotografia. Tradução de Fabiano
Morais, Fernanda Abreu e Ivo Korytowski. Rio de Janeiro: Sextante, 2012. Título
original: Photography: the whole story.
OLIVEIRA,
Erivam Morais de; VICENTINI, Ari. Fotojornalismo: uma viagem entre o
analógico e o digital. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
REVISTA
FHOX. Dez. 1999/jan. 2000. Ano XI. N. 58. São Paulo: Fhox, 1999.
SENAC. DN. Fotógrafo:
o olhar, a técnica e o trabalho. Rose Zuanetti; Elizabeth Real, Nelson Martins
et al. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2004.
SOUGEZ,
Marie-Loup. História da Fotografia. Tradução de Lourenço Pereira.
Lisboa: Dinalivro, 2001. Título original: Historia de la Fotografia.
TURAZZI,
Maria Inez; FUNARTE. Poses e trejeitos: a fotografia e as exposições na
era do espetáculo (1839/1889). Rio de Janeiro: FUNARTE: Rocco, 1995.
TOREZANI, Julianna Nascimento. A fotografia de conflitos: da Primeira Guerra
Mundial ao Ataque ao World Trade Center. In: Anais do XXXVII Congresso
Brasileiro de Ciências da Comunicação. Foz do Iguaçu, PR: Intercom, 2014.
Disponível em:http://www.portcom.intercom.org.br/navegacaoDetalhe.php?id=56193
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