terça-feira, 31 de março de 2015

A Fotografia Anos 1950 – Parte 2

1952: Canon lança a primeira câmara com flash sincronizado.



“A história da empresa teve origem no ano de 1933 quando foi inaugurado o Laboratório de Instrumentos de Precisão Ópticos (Precision Optical Instruments Laboratory), localizado no terceiro andar de um apartamento da cidade de Tóquio, por um jovem apaixonado por fotografia de nome Goro Yoshida e seu cunhado Saburo Uchida. O principal objetivo dos dois jovens era construir máquinas fotográficas de alta qualidade a um preço muito menor do que as existentes no mercado, até então exclusivamente importadas e muito caras”.

Linha do Tempo da Canon:

1952: Lançamento da CANON IVSb, primeira câmera de 35 mm com flash sincronizado.
1954: Desenvolvimento de uma câmera especificamente para gravações de televisão.
1958: Lançamento das primeiras lentes objetiva com foco variável.
1961: Lançamento da primeira máquina fotográfica CANONET, equipada com um novíssimo mecanismo de exposição automática.
1981: Lançamento do sistema de vídeo CVC.
1987: Lançamento da linha de câmeras EOS (que significa “Sistema Óptico Elétrico” e leva também o nome da deusa grega do amanhecer).
1989: Lançamento da câmera profissional EOS-1, que utilizava os conceitos-chave de alta velocidade e facilidade de uso.
1992: Lançamento da PowerShot 600, primeira câmera digital da empresa japonesa.
1993: Lançamento da câmera compacta EOS KISS, que ganhou a aceitação de muitos usuários.
1995: Lançamento da EOS DCS 3, primeira câmera digital SLR.
1997: Lançamento de suas primeiras filmadoras digitais, ingressando assim no segmento de vídeo digital.
2000: Lançamento da IXUS DIGITAL, a menor e mais leve máquina com 2.0 Megapixels do mercado na época.

2010: Lançamento pela primeira vez no mundo, da lente com zoom olho de peixe, que captura imagens circulares e retangulares.


1952: Henry Cartier-Bresson foi fotógrafo que obteve maior sucesso. Utilizou uma câmera em miniatura para captar "momentos decisivos" na vida das pessoas. Seu sucesso no registro de acontecimentos e emoções fugazes influenciou enormemente não só o fotojornalismo, como também introduziu um novo conceito na fotografia artística. Em 1952, publicou na França o livro fotográfico “Imagens à la Sauvette” (Fotos às escondidas), no mesmo ano foi também lançado nos Estados Unidos como “The Decisive Moment”. Foi um dos livros de fotografia mais influentes de todos os tempos, faz uma retrospectiva da carreira com imagens da Europa, da Índia e do Oriente, apresenta sua filosofia como fotógrafo. Escreveu sobre tema, composição e técnica, como uma aula de fotografia.

Capa desenhada por Henri Matisse.

1953: Elliott Erwitt é um fotógrafo americano que faz parte da agência Magnum desde 1953, a convite de Capa.. Famoso por fotografias em preto e branco, em que as imagens presam pela ironia e humor. Como se ele se dedicasse ao riso na fotografia. Capturou o inusitado, os momentos indiscretos, os decuidos em meio a cenários formais. Despertando sorrisos a quem observa sua obra.


Nasceu em Paris, em 1928, filho de judeus-russos, emigrou para os Estados Unidos com sua família quando tinha 10 anos, em 1939. Estudou Cinema e começou a trabalhar como fotógrafo assistente ao servir no exército americano, passando pela França e pela Alemanha. Foi influenciado pelos fotógrafos Edward Steichen e Robert Capa. Como freelancer fez trabalhos para revistas Look, Life e Holiday.

 


“Segregated Water Fountains”, 1950.

Bebedouros separados para brancos e negros no estado da Carolina do Norte. EUA. 1950.



1955: Edward Steichen organiza no MOMA (Museu de Arte Moderna de Nova York) a exposição The Family of Man, com uma seleção de dois milhões de fotografias sobre a vida humana, do nascimento à morte. A exposição foi vista por 9 milhões de pessoas no mundo, encontra-se atualmente em sede permanente no Castelo de Clervaux, em Luxemburgo. Três milhões de exemplares do catálogo foram vendidos.


Temas: Água e céu; Nascimento; Mães e filhos; Crianças; Trabalho e alimentação; Educação e ciência; Cidade alemã destruída; Criança indo para escola; Solidão; Tempos difíceis; Fome, tirania e política; Nações Unidas; Retrato de Lewis Carroll de Alice; Crianças.


 “Esta mostra, dez anos após terminar a guerra, teve um eco maior que o âmbito fotográfico, porque tocava o mais fundo da humanidade. A exposição percorreu depois as principais cidades dos Estados Unidos e foi também exibida no estrangeiro” (SOUGEZ, 2001, p. 269).


“A exibição apresentava 503 fotografias dos dois milhões de fotos reunidas, de 68 países, sobre a vida do homem à superfície do planeta, desde o nascimento à morte, passando pela juventude, pela idade adulta e pela terceira idade, pelo amor e pelo trabalho, como num álbum de família. O objetivo de Steichen era mostrar que, ao fim e ao cabo, todos os seres humanos são iguais e devem auferir da mesma dignidade, que a vida era semelhante em toda a Terra e que os seres humanos eram uma grande família”.
Jorge Pedro Sousa (2004, p. 145)

1955: Richard Avedon nasceu em Nova Iorque, em 1923, em uma família de origem judaica-russa. Teve os primeiros contatos com a fotografia aos 12 anos, no YMHA Camera Club. Em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, Avedon serviu as forças armadas como fotógrafo Segunda Classe da Marinha Mercante. Usou a Rolleiflex com lente dupla que havia ganhado de presente de seu pai. Foi nessa época em que adquiriu mais conhecimentos técnicos e começou a desenvolver um estilo dinâmico.

 

Avedon criava imagens com vitalidade e humor. Fotografou moda em lugares dramáticos e inesperados, como na base da Força Aérea e no Cirque d’Hiver em Paris. Na imagem Dovima com elefantes, a modelo usava um vestido preto de veludo da coleção outono/inverno de 1955-1956 de Christian Dior, desenhado por Yves Saint-Laurent aos 19 anos. Foi publicada na Haper’s Bazaar. A foto Dovima with elephants (1955) foi vendida por US$ 1.151,976 (imagem da direita).


Após dois anos, Richard Avedon deixou a Marinha Mercante para trabalhar com fotografia de moda e estudar com o diretor de arte Alexey Brodovitch, no Laboratório de Design da New School for Social Research.

 
Esquerda: Suzy Parker e Robin Tattersall vestindo Gres, Moulin Rouge, Paris, Agosto 1957.
Direita: Carmen, vestindo Cardin, Paris.

Ele desenvolveu uma abordagem original para fazer fotografias de moda: as modelos eram colocadas em ação, atuando e sorrindo. Também nesta época, inspirado pelo fotojornalista e fotógrafo de moda Martin Munkacsi, Avedon saiu do estúdio e fotografou modelos nas ruas, em casas noturnas, arenas de circo e em outros lugares até então incomuns.

Nastassja Kinski e a Serpente.

“As minhas fotografias não vão além da aparência externa. Tenho muita fé nela. Uma boa aparência externa está cheia de pistas”, disse Avedon, que fotografava poses, atitudes, estilos, roupas e acessórios como se fossem vitais.


Em 1976, ele produziu para a revista Rolling Stone um ensaio chamado The Family, um retrato da “power elite” que comandava os Estados Unidos na época. Ao todo, 69 banqueiros, políticos, líderes sindicais e editores foram fotografados sem nenhuma intervenção de Avedon.


 

Os retratos mais extraordinários de toda sua obra são de seu pai, Jacob Israel Avedon, durante os últimos anos de vida. A difícil aceitação da doença e a consequente morte foram enfrentadas por ele com a fotografia, que sempre utilizou para superar momentos difíceis: “é como se os sentimentos saíssem de dentro de mim e fossem colocados no papel”.



In the American West, lançado em 1985, retratou os membros da classe trabalhadora.



“Para ser um artista, para ser um fotógrafo, é preciso nutrir coisas que as pessoas descartam”, Richard Avedon.

Bob Dylan, década de 60.

1957: Primeira câmera reflex lançada pela Asahi Pentax.

A Pentax foi fundada no mês de novembro de 1919 por Kumao Kajiwara. Em 1957, muda o nome para Asahi Pentax. O nome Pentax derivava da junção das palavras “Pentaprism” (“pentaprisma”, que hoje em dia estão em todas as câmaras SLR do mundo) e “Reflex” (“reflexo”), duas palavras usuais no mundo da fotografia. Hoje em dia a Pentax fabrica mais de 22 tipos de máquinas profissionais, mais de 10 tipos de câmera SLR, com mais de 50 tipos de objetivas e mais de 60 acessórios, além de produzir mais de 15 modelos de câmeras digitais com resolução de 3 a 14 megapixels, destaca-se a linha OPTIO de câmeras à prova d’água.

 

1958: Câmara para mergulho - Jacques Cousteau desenvolve uma câmara anfíbio, própria para fotografar na água. 
Jacques-Yves Cousteau (Saint André de Cubzac, 11 de Junho de 1910 —Paris, 25 de Junho de 1997) foi um oficial da marinha francesa, documentarista, cineasta e oceanógrafo mundialmente conhecido por suas viagens de pesquisa, a bordo do Calypso. Cousteau foi um dos inventores, juntamente com Émile Gagnan, do aqualung, o equipamento de mergulho autônomo que substituiu os pesados escafandros.


Jacques Cousteau conquistou Oscar em 1956 com o documentário O mundo silencioso, filmado no Mediterrâneo e no Mar Vermelho. Mas o próprio Cousteau confessa que, em seus primeiros filmes, não tinha nenhum tipo de preocupação ecológica. No total, foram quatro longas-metragens e setenta documentários para a televisão. Em 1965, Cousteau criou uma casa submarina onde seis pessoas viveram por um mês, a cem metros de profundidade.


Site oficial: http://www.cousteau.org/

1959: A Agfa produz a primeira câmera totalmente automática.


A empresa Panon Camera lança uma câmara panorâmica, formato 35 mm.


A Nikon apresenta seu modelo F, a primeira câmera reflex destinada a profissionais. Juntamente com a Leica M3, ela se torna a preferida dos repórteres fotográficos.


1959: Philippe Halsman faz importantes retratos de Marilyn Monroe e Salvador Dalí.



Halsman nasceu em 2 de maio de 1906, em Riga, então parte do Império Russo, depois Letônia e faleceu em 25 de junho de 1979. Em setembro de 1928, com 22 anos, foi acusado da morte do próprio pai, durante uma caminhada numa trilha no Tirol austríaco, uma área com elevado índice de antissemitismo. Foi julgado e sentenciado a dez anos de trabalhos forçados, tendo passado alguns períodos em confinamento solitário. Sua irmã Liouba trabalhou pela sua libertação, obtendo suporte de importantes intelectuais europeus. Ele acabou perdoado e libertado em 1930.

 
 Marilyn Monroe posando para a revista Life. USA. 1952. Califórnia. Hollywood.

 
Esquerda: USA. 1962. Alfred Hitchcock durante  a gravação do filme "Os pássaros“.
Direita: 1955. Atriz Audrey Hepburn.

Halsman deixou a Áustria pela França, onde começou a contribuir com trabalhos fotográficos para a Vogue e foi ganhando reputação de um bom retratista. Quando começou a Segunda Guerra Mundial, com a invasão da França pelos nazistas, se deslocou para Marselha, acabou conseguindo um visto para os Estados Unidos, auxiliado pela família de Albert Einstein, mais tarde (1947) o objeto de uma de suas mais famosas fotografias.

Em 1941, Halsman conheceu Salvador Dalí e criou a obra em 1948 Dalí Atomicus. Halsman informou que fez 28 tentativas até alcançar um resultado satisfatório.


  

Em 1947, Halsman fez o que viria a se tornar uma de suas fotos mais famosas, um triste Albert Einstein, que durante a sessão de fotografia contou seus arrependimentos sobre seu papel nos Estados Unidos, pesquisando a bomba atômica. A foto seria usado mais tarde, em 1966, em um selo dos EUA e, em 1999, na capa da Time, nomeando Einstein a "Pessoa do século ".


Dica de Filme:


Sinopse: Na década de 50, o fotógrafo Philippe Halsman se torna famoso por fotografar artistas de sua geração, criando imagens inesquecíveis de famosas personalidades como Salvador Dali, Marilyn Monroe, entre outros. Antes de ir para os Estados Unidos, porém, Halsman vive um fato terrível. Ao embarcar para uma caminhada turística pela Áustria com seu pai Morduch, com o qual mantinha uma relação turbulenta, algo inesperado acontece. Morduch é encontrado morto numa trilha, e Halsman acaba sendo declarado culpado pela morte de seu pai. Em defesa a seu cliente, o impetuoso advogado Richard Pressburger terá que provar ao governo e ao povo austríaco a inocência de Halsman.
Direção: Joshua Sinclair, 2007.

Referências:

BUITONI, Dulcilia Schroeder. Fotografia e jornalismo: a informação pela imagem. São Paulo: Saraiva, 2011. (Coleção: Introdução ao jornalismo; v. 6).
HACKING, Juliet (editora geral). Tudo sobre fotografia. Tradução de Fabiano Morais, Fernanda Abreu e Ivo Korytowski. Rio de Janeiro: Sextante, 2012. Título original: Photography: the whole story.
OLIVEIRA, Erivam Morais de; VICENTINI, Ari. Fotojornalismo: uma viagem entre o analógico e o digital. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
REVISTA FHOX. Dez. 1999/jan. 2000. Ano XI. N. 58. São Paulo: Fhox, 1999.
SENAC. DN. Fotógrafo: o olhar, a técnica e o trabalho. Rose Zuanetti; Elizabeth Real, Nelson Martins et al. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2004.
SOUGEZ, Marie-Loup. História da Fotografia. Tradução de Lourenço Pereira. Lisboa: Dinalivro, 2001. Título original: Historia de la Fotografia.
SOUSA, Jorge Pedro. Uma história crítica do fotojornalismo ocidental. Chapecó: Argos; Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2004. 

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